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NASA vai "aposentar" satélites que monitoram o meio ambiente

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Pixabay
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A NASA fornece importantes dados sobre o meio ambiente, como a situação da camada de ozônio ou ainda a extensão de incêndios florestais, através de três importantes satélites: Terra, Aqua e Aura. O problema é que, em breve, estes dispositivos irão parar de funcionar. 

Os satélites já estão perdendo altitude e se aproximam de suas últimas transmissões de dados ambientais, antes da operação ser definitivamente encerrada — a data exata ainda não é conhecida, mas isso deve ocorrer em alguns anos. 

Possíveis substitutos, os novos satélites ainda não foram colocados em órbita para permitir comparação de dados e entender equivalências, mas, independente disso, especialistas já afirmam que não serão tão completos. Fontes alternativas de monitoramento serão uma forma de complementar a vigilância.

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“Perder estes dados insubstituíveis é simplesmente trágico”, afirma Susan Solomon, cientista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), para o jornal The New York Times. “Justamente quando o planeta mais precisa que nos concentremos em compreender como somos afetados e como o estamos afetando, parece que estamos desastrosamente adormecidos ao volante”, acrescenta sobre Solomon a situação desastrosa, já que que pode atrapalhar as medições.

Satélites Terra, Aqua e Aura

Os três satélites da NASA observam o planeta Terra há cerca de 20 anos, permitindo que os pesquisadores construíssem importantes bases de dados. A partir destes dados, é possível medir a extensão da camada de ozônio, analisar incêndios florestais, checar derramamentos de petróleo nos oceanos, avaliar plumas vulcânicas ou ainda medir a espessura das nuvens.

Em especial, os três satélites da NASA auxiliam, de forma ativa, no monitoramento da estratosfera, a segunda camada mais próxima da Terra (entre a troposfera e a mesosfera). Também permitem a construção de mapas precisos de regiões florestais, algo fundamental no campo da preservação.

Monitoramento da camada de Ozônio

Entre as atividades de monitoramento que serão dificultadas com a aposentadoria dos satélites, está a medição da camada de ozônio, feita hoje por instrumentos do satélite Aura. Este equipamento já permitiu medir o impacto dos incêndios florestais históricos da Austrália (em 2019 e 2020) e o nível de destruição provocada pela erupção vulcânica de Tonga (2022).

Se o satélite fosse preservado por mais tempo, ainda permitiria entender um dos mistérios da atualidade: o porquê da camada de ozônio ainda não ter se recuperado como era esperado, apesar do controle de poluentes específicos, como os clorofluorocarbonos (CFCs).

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Posicionamento da NASA

Para Jack Kaye, diretor associado de pesquisa da Divisão de Ciências da Terra da NASA, o plano de aposentadoria dos satélites é uma decisão difícil. No entanto, ele alega que os cientistas ainda terão ferramentas para monitorar o que acontece na atmosfera

Além disso, Kaye destaca que novas ferramentas, para olhar o mundo de novas formas, serão lançadas. “Não é a mesma coisa, mas, você sabe, se nem tudo pode ser igual, você faz o melhor que pode”, completa.

Novas alternativas de monitoramento?

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Em paralelo, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) desenvolve uma “frota” de instrumentos menores e mais leves, que poderiam ser colocados em órbita de maneira mais barata e ágil do que os antigos satélites. Estes dispositivos ajudarão no monitoramento ativo do meio ambiente no futuro.

A questão é que, segundo os especialistas, esses novos instrumentos precisam estar em operação antes da aposentadoria dos mais antigos. “É necessário um bom e longo período de sobreposição para compreender as diferenças e resolver os problemas”, pontua Norman G. Loeb, cientista da NASA. “Caso contrário, será muito difícil ter confiança nestas medições, se não tivermos a oportunidade de comprová-las em relação às medições atuais”, completa.

Fonte: NYT