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Recifes de corais são afetados pela Lua e produzem intenso "coro marinho"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Março de 2024 às 12h10

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Hiroko Yoshii/Unsplash
Hiroko Yoshii/Unsplash

Não é segredo que a Lua tem impacto nas águas, formando as marés. Entretanto, uma equipe de pesquisadores da Marinha dos Estados Unidos descobriu que o luar também modifica temporariamente a vida nos recifes de corais. Enquanto alguns peixes e invertebrados ficam mais silenciosos, outros emitem sons mais altos e "barulhentos", formando uma espécie de “coro marinho”.

O impacto da Lua no ecossistema oceânico dos corais foi observado em três pontos diferentes do Havaí, entre 2020 e 2021, segundo estudo publicado na revista científica Plos One. Até o momento, os registros sonoros não foram divulgados.

Impacto da Lua nos recifes

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Para entender como a paisagem sonora das comunidades de recifes de coral havaianos muda no ritmo do nascer e do pôr da Lua, os pesquisadores do Naval Undersea Warfare Center usaram diferentes medidores sonoros e, em seguida, analisaram as gravações.

"Os sons dos peixes e invertebrados nos recifes de coral podem criar cacofonias persistentes, possíveis de serem registradas para monitorização do ecossistema, incluindo durante a noite”, explicam os autores no artigo. No entanto, esses sons nem sempre são iguais, como perceberam com a chegada da Lua.

“As múltiplas comunidades [de organismos] nos recifes de coral respondem rapidamente às mudanças de luz no ambiente, com modificações sustentadas no som ‘biológico’ entre o nascer e o pôr da Lua”, pontuam os cientistas.

Quais criaturas participam do coro marinho?

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Avaliando as gravações, foi possível descobrir que alguns peixes nos recifes de coral, como pomacentrídeos (peixe-palhaço), mulídeos e chaetodontídeos, produzem pulsos de alta frequência e sons de trem de pulsos na banda de 0,5–1,5 kHz, com a chegada da Lua. Inclusive, ocorrem "aumentos na densidade espectral de potência de até 5,7 dB", afirmam os pesquisadores.

Enquanto isso, os sons emitidos pelos invertebrados, como camarões, lagostas, caranguejos e ouriços-do-mar, se tornam mais baixos, "com diminuições de até 0,8 dB". O mesmo ocorre com alguns outros peixes, com diminuições de até 4,4 dB.

Para os pesquisadores, “estas descobertas sugerem que o nascer e o pôr da Lua desencadeiam mudanças regulares nas interações dos ecossistemas dos recifes de coral”, perceptíveis pelos sons.

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Monitoramento acústico dos corais

Há tempos, os cientistas sabem que os sons emitidos por uma comunidade aquática em corais é um bom indicador do nível de vida naquele habitat. Por exemplo, quando tudo está silencioso, isso costuma revelar que os recifes foram destruídos ou danificados gravemente, afastando os peixes e os vertebrados. A suposição pode ser feita, mesmo sem a análise de imagens.

Inclusive, há um projeto do Google para monitorar os sons dos recifes e, consequentemente, a saúde desses ecossistemas, com o uso de Inteligência Artificial (IA) para analisar as gravações. Para isso, foram espalhados inúmeros hidrofones (microfones projetados para serem usados ​​debaixo d'água) em cerca de 10 países. Agora, o “coral marinho” em homenagem à Lua pode ser um outro indicador a ser analisado, oportunamente.

Fonte: Plos One