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Há menos plásticos flutuando nos oceanos do que se pensava

Por| Editado por Luciana Zaramela | 09 de Agosto de 2023 às 18h29

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stokkete/envato
stokkete/envato

Cientistas da Utrecht University (UU), nos Países Baixos, têm uma boa notícia: existe menos plástico não reciclado nos oceanos do que foi anteriormente estimado. A descoberta não deve ser encarada como uma carta branca para que o atual descarte de produtos plásticos continue da forma como está, mas, sim, como uma oportunidade única para acelerar a reciclagem desses resíduos plásticos, limpando os mares. Hoje, os microplásticos já causam doenças em alguns animais.

Para estimar a quantidade real de plásticos, os pesquisadores desenvolveram um modelo 3D do oceano, construído a partir de medições feitas em águas superficiais, nas praias e no fundo dos oceanos, além de dados observacionais coletados entre os anos 1980 e 2020.

A seguir, veja o mapa final sobre a poluição plástica construído pelo grupo de pesquisadores, liderado por Mikael Kaandorp:

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Nos pontos em que as cores são mais vivas,como verde claro e amarelo ou vermelho, os níveis de plástico são maiores nos oceanos e nas regiões costeiras. Observando o Brasil, percebe-se que o nível de poluição pode ser considerado intermediário, menor que o de alguns pontos na Ásia (Índia) e na Europa.

Quanto de plástico existe nos oceanos?

Publicado na revista científica Nature Geoscience, o estudo estima existir mais plástico flutuando nos oceanos do que resíduos afundados. No total, são 3,2 milhões de toneladas métricas de plástico flutuante. Isso representa de 59 a 62% de toda a poluição, ou seja, uma porção muito menor está afundada ou nas praias. Somando todo o plástico, existiria algo próximo de 5,1 a 5,5 milhões de toneladas. Anteriormente, algumas medições chegaram a sugerir 25 milhões de toneladas existentes.

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Além disso, os pesquisadores calculam que, todos os anos, sejam despejadas mais meio milhão de toneladas de plástico nos oceanos. Em contrapartida, dados anteriores indicavam o descarte anual de 4 a 12 milhões de toneladas.

É possível reciclar o plástico do oceano?

Com menos plástico existente nos oceanos, a possibilidade de reciclagem é maior, o que não é um sinônimo de fácil. Pensando na capacidade de coleta desses resíduos, outra boa descoberta é que, em sua maioria, eles são “grandes” e os microplásticos representam uma fatia pequena do total. Considerando todo o plástico flutuante, 95% mede mais de 2,5 centímetros.

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“Pedaços grandes e flutuantes na superfície são mais fáceis de limpar do que os microplásticos”, reforça Kaandorp. No entanto, o estudo não buscou formas de como resolver a questão da reciclagem e da coleta, focando apenas nas estimativas do material. Hoje, alguns pesquisadores avaliam até o uso de bactérias como agentes recicladores.

Fonte: Nature Geoscience e UU