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Fóssil de flor na China poderia explicar o surgimento de plantas com frutas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Da-Fang Cui et al.
Da-Fang Cui et al.

O registro fóssil de um botão de flor encontrado na China pode fornecer a chave para explicar como as plantas conhecidas como angiospermas (que possuem flor e fruto) surgiram. A descoberta indica que as plantas com flores surgiram dezenas de milhões de anos mais cedo do que se pensava.

Os registros fósseis mais antigos de angiospermas não passam de 130 milhões de anos. Entra 20 a 30 milhões de anos depois, essas plantas começaram a dominar os ecossistemas em uma rápida capacidade de adaptação.

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Como elas desenvolveram tal diversidade em tão pouco tempo, era uma das peças do quebra-cabeça evolutivo que Charles Darwin tentava compreender — mas ele morreu sem uma resposta. Mas algumas dessas respostas surgiram nos últimos anos.

Pesquisadores chineses anunciaram, em 2016, a descoberta de uma “flor perfeita”, datada do período Jurássico — há mais de 145 milhões de anos. Chamada Euanthus panii, a planta tinha pétalas, sépalas (a base do botão) e estruturas reprodutivas masculinas e femininas.

Em 2018, outra flor fossilizada foi encontrada na China, a Nanjinganthus, com idade estimada em 174 milhões de anos. Bem parecida com as plantas modernas, suas sementes estavam lacradas em seu ovário. No entanto, os botânicos ainda não chegaram a um consenso se estas são verdadeiras angiospermas.

Novo registro fóssil de flor

A nova flor descoberta agora na China, nomeada Florigerminis jurassica, pode ser uma representante da transição das gimnospermas — plantas mais antigas que possuem sementes, mas não flores — para a angiospermas. O fóssil foi encontrado em um depósito com mais de 164 milhões de anos e excelente estado de conservação.

O caule da planta aprece ligado ao seu botão floral, a uma fruta e um galho cheio de folhas. Estas três informações juntas são extremamente raras. Por serem estruturas delicadas, é difícil encontrar registros fósseis de plantas com flores antes do Cretáceo.

A fruta de F. jurassica indica que a planta é uma angiosperma precoce. Novas pesquisas precisam ser feitas para entender a verdadeira relação evolutiva das espécies, mas os autores do estudo acreditam que a descoberta já é suficiente para "repensar a evolução das angiospermas".

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A pesquisa foi publicada na revista Geological Society, London, Special Publications.

Fonte: Geological Society, Via ScienceAlert