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Energia limpa e praticamente ilimitada pode ser obtida a 20 km abaixo de nós

Por| Editado por Patricia Gnipper | 02 de Março de 2022 às 08h45

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Quaise
Quaise

Uma broca de fusão perfurando um buraco de aproximadamente 20 km de profundidade poderia extrair energia limpa e abundante. Ao menos essa é a ideia da Quaise, uma iniciativa que propõe a exploração da energia geotérmica escondida abaixo de nossos pés.

Para a Quaise, a energia geotérmica é a única solução renovável e inesgotável com potencial para disponibilizar a todos os lugares do planeta. Para acessá-la, não é preciso ultrapassar a crosta terrestre, muito menos o manto — bastam 20 km abaixo da superfície.

Ali, os pesquisadores podem obter uma temperatura de até 500°, o que seria o suficiente para “realimentar a maioria das usinas de energia movidas a combustíveis fósseis em todo o mundo”, diz o site da startup, que acaba de arrecadar US$ 40 milhões em financiamento.

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O dinheiro será aplicado na tecnologia de fusão para perfurar um dos buracos mais profundos de todos os tempos. Para isso, eles usarão uma máquina chamada girotron, normalmente usada para criar ondas eletromagnéticas milimétricas para superaquecer o plasma em reatores de fusão nuclear.

No lugar do plasma usado nos reatores, a Quaise apontaria o equipamento para o solo para perfurá-lo com os feixes de energia. De acordo com Paul Woskov, engenheiro sênior de pesquisa de fusão do MIT, apenas 0,1% dessa energia geotérmica dele poderia “suprir as necessidades de energia do mundo inteiro por mais de 20 milhões de anos”.

Existem algumas fontes de calor natural que ocorrem naturalmente, mas elas são muito raras e pouco profundas. Por isso, e energia geotérmica atualmente fornece apenas cerca de 0,3% do consumo global de energia. Com a perfuração de fusão, alcançaríamos a profundidade necessária.

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O buraco mais profundo que a humanidade já conseguiu perfurar é o Kola Superdeep Borehole, um projeto russo iniciado em 1970, com o objetivo de chegar ao manto. Um de seus furos atingiu uma profundidade recorde de 12.289 m, mas a equipe concluiu ser inviável ir mais fundo.

A temperatura esperada naquela profundidade era em torno de 100 °C, mas a equipe do Kola descobriu estar perto de 180 °C. Com tecnologias como o girotron — um equipamento originalmente desenvolvido na Rússia soviética em meados da década de 1960 — espera-se perfurar até 20 km de profundidade.

Os girotrons geram ondas eletromagnéticas na parte milimétrica do espectro, com comprimentos de onda menores que as micro-ondas e maiores que a luz visível ou infravermelha. Eles são usados para aquecer o plasma nos reatores de fusão nuclear e evoluíram bastante nas últimas décadas.

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Há outras vantagens da energia geotérmica, o pouco espaço que ocupará na superfície em comparação com a energia solar e eólica em escala industrial. Também pode resultar em uma mudança geopolítica global, já que todos os países terão acesso igual à sua própria fonte de energia praticamente inesgotável, sem emissão de carbono.

Fonte: Quaise, New Atlas; via Futurism