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Em reunião da ONU, 66 países concordam em zerar emissões de carbono até 2050

Por| 23 de Setembro de 2019 às 20h10

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Em reunião da ONU, 66 países concordam em zerar emissões de carbono até 2050
Em reunião da ONU, 66 países concordam em zerar emissões de carbono até 2050

Nesta segunda-feira (23), 66 países prometeram à ONU, em uma reunião sobre o avanço do aquecimento global, que irão se comprometer para reduzir a zero suas emissões de carbono até 2050. O comprometimento faz parte de uma aumento das exigências que já eram estipuladas pelo Tratado de Paris, e seria a única maneira de se conseguir o objetivo de manter em apenas 1,5 ºC o aumento da temperatura média global em comparação com o século XIX.

Junto desses 66 países também aderiram à causa 93 empresas privadas - entre elas a Nestlé, a L’Oreal e a Saint-Gobain (fabricante de materiais de construção francesa) - e 12 investidores. Outras empresa se comprometeram a diminuir também suas emissões de carbono, mas não acertaram o compromisso de zerá-las - entre elas estão a Nokia, a Danone e a AstraZeneca (fabricante de medicamentos). Já um grupo com 13 das maiores petroleiras do mundo se comprometeu a investir ainda mais em projetos de captura e armazenamento de gás carbônico, e até 2030 irão dobrar a quantidade de carbono que será capturado da atmosfera.

Essas iniciativas se tornam cada vez mais necessárias por conta da alta taxa de aquecimento global que tem atingido o mundo nas últimas décadas e, de acordo com os cientistas, é necessário que as emissões de carbono de todo o mundo sejam cortadas pela metade ainda neste século para não chegarmos a um cenário crítico, onde não será mais possível conter o aquecimento global e em questão de séculos o planeta ficará quente demais para que possa haver vida por aqui.

Críticos e críticas

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Apesar das boas intenções e do comprometimento de diversos países para tentar combater o problema, existem muitos críticos que colocam em xeque se esses compromissos serão mesmo seguidos - principalmente no que diz respeito aos assumidos pelas empresas privadas. A descrença parte do fato de todas essas companhias serem empresas públicas que precisam mostrar resultados lucrativos para seus investidores, e ações para conter a emissão de carbono não são coisas que garantem lucro no curto prazo. Assim, há uma enorme descrença: essas companhias continuarão investindo na diminuição de emissões quando isso não estiver trazendo o lucro esperado para seus acionistas?

Outro problema é o fato de os dois países com maior emissão de carbonos da Terra não fazerem parte desse comprometimento. A China nunca topou fazer parte de qualquer conversa sobre a diminuição da emissão de carbono e, desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, o país também abandonou o Tratado de Paris — o presidente afirma que o aquecimento global não passa de uma invenção criada para frear o desenvolvimento econômico dos Estados Unidos.

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Mas, além das críticas sobre o quanto essas promessas serão mesmo cumpridas, há também os que criticam de forma mais direta aqueles que são os responsáveis pelo aquecimento global. E uma dessas pessoas é a ativista Greta Thunberg, uma adolescente de 16 anos que é um dos principais nomes do ativismo em combate ao aquecimento global.

Durante a reunião na ONU, Thunberg foi subiu ao púlpito principal e prontamente acusou a todos os presentes de serem os responsáveis pela crise climática que o mundo vive hoje. Sem titubear, a adolescente apontou para as práticas de capitalismo selvagem que, nos últimos 50 anos, têm poluído o planeta em níveis nunca antes vistos em nome do “progresso” e do lucro, e tudo o que deixaram para os jovens foram os impactos que essa busca pelo progresso gerou no meio-ambiente. Ela ainda falou sobre a hipocrisia dos mais velhos em apontar para a geração mais jovem como os “salvadores do planeta” quando, na realidade, o planeta nem precisaria ser salvo se não fosse a ganância desmedida que eles tiveram durante seus anos de juventude, e perguntou se eles não têm vergonha de uma garota de 16 anos ser obrigada a deixar de ir à escola para dar sermão em um monte de "velhos" que, através de seus discursos vazios, roubaram os sonhos e o futuro não apenas dela, mas de toda uma geração de jovens.

Fonte: Reuters (1), (2), (3)