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Curiosa aranha-do-mar com "luvas de boxe" é descoberta na Antártida

Por| Editado por Luciana Zaramela | 15 de Dezembro de 2023 às 12h54

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NOAA Ocean Exploration/CC-BY-2.0
NOAA Ocean Exploration/CC-BY-2.0

Uma curiosa aranha-do-mar nunca vista antes emergiu do Oceano Antártico, com quatro olhos quase totalmente escuros, uma cor amarelada marcante e garras grandes e bulbosas, como luvas de boxe. Parentes distantes dos aracnídeos e dos caranguejos-ferradura, as aranhas-do-mar (ordem Pantopoda) vivem nas profundezas do mar e se alimentam por uma espécie de tromba semelhante a um canudo e respiram pelas patas.

Já foram descobertas mais de 1.000 espécies, mas a “boxeadora” amarela teve de ganhar um nome próprio inédito — Austropallene halanychi. Ela estava no Mar de Ross, a 570 metros da superfície gelada do sul. As garras avantajadas da bizarra criatura são usados para agarrar anêmonas e vermes, como descrito no artigo sobre a espécie, publicado no periódico científico ZooKeys.

Como é a aranha-do-mar boxeadora

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O corpo da A. halanychi tem apenas 1 cm de comprimento, com patas chegando a quase 3 cm. As extremidades dão a aparência esguia característica do animal, mas seus parentes são muito mais longilíneos, com algumas espécies chegando a até 60 cm de largura. A nova aranha-do-mar é apenas uma das muitas criaturas desconhecidas do Mar do Sul, um ecossistema pouco explorado pelos seres humanos — segundo os cientistas, toda vez que o local é vasculhado, algo novo surge.

Para descobertas assim, são levadas redes às profundezas do oceano, coletando quaisquer animais que estejam perambulando pelo mar. Tudo que é pego é catalogado e preservado antes de ser levado a laboratório para análises mais profundas. A quantidade de novidades é tão grande que, por vezes, o processo se torna bastante demorado: no caso da A. halanychi, ela foi recuperada em 2013, e só identificada por cientistas após sua retirada do armazenamento laboratorial, com análises do formato do corpo e genética.

Uma das preocupações dos cientistas, no entanto, é uma possível falta de tempo para estudar a diversidade do Oceano Antártico, já que as mudanças climáticas estão ameaçando o futuro das espécies isoladas nesse ambiente único. Estudar a região é importante, em especial, para descrever e ajudar na proteção dos animais locais antes que seja tarde demais.

Fonte: ZooKeys