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Como se formam os buracos azuis?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Março de 2022 às 16h48

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Reprodução/Domínio Público
Reprodução/Domínio Público

Os oceanos abrigam paisagens das mais diferentes configurações, incluindo os buracos azuis, que nada mais são do que cavernas há muito tempo inundadas pelas águas do mar. Embora simples na definição, essas estruturas geológicas têm uma formação complexa. Então, como se formam os buracos azuis, exatamente?

De um lado, os buracos as azuis atraem a curiosidade de mergulhadores amadores, que procuram por essas formações para explorar sua beleza natural. De outro, essas cavernas horizontais, como também são conhecidas, são destino de importantes pesquisas que estudam as formas de vida que habitam esse sistema.

Nesta matéria, você entende o que são e como se formam os buracos azuis, além de entender as diferenças fundamentais entre outras estruturas geológicas parecidas — como os cenotes.

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Saiba como se formam os buracos azuis

Como qualquer outra formação geológica, os buracos azuis são o resultado de um longo e antigo processo de erosão da superfície do planeta. Cerca de 300 mil anos atrás, quando a Terra atravessava sua mais recente era do gelo, parte das águas dos oceanos ficou presa nas calotas em estado sólido.

Com isso, o nível do mar naquele tempo era aproximadamente 120 metros abaixo do nível médio atual. Sem a água do mar, algumas partes do mundo, como solos de carbonato (como o calcário), ficaram expostas ao intemperismo, sofrendo com a ação da chuva e ventos ao longo do tempo.

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Naturalmente, a erosão constante levou muitas dessas superfícies a desabarem por completo, abrindo verdadeiras cavernas nelas. No entanto, quando a era do gelo começou a se aproximar de seu fim, o nível médio do mar voltou a subir e, assim, inundou essas cavidades de água salgada.

A maior parte dos buracos azuis encontrados atualmente se formou durante esse passado remoto — mas, geologicamente, elas são formações bem recentes. O nome “buraco azul” vem das águas escuras e profundas do interior dessas formações, que se destaca das águas rasas e claras ao redor.

A explicação para o azul profundo desses buracos é a combinação da alta transparência da água — uma vez que há pouca ou nenhuma circulação no interior dessas cavernas —, que permite à luz do Sol alcançar tal profundidade. A luz azul, a mais duradoura do espectro, atinge o fundo da caverna e reflete para a superfície.

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Os buracos azuis têm variados tamanhos, tanto em profundidade quanto na abertura das cavernas que são, na maioria das vezes, bem circulares. As paredes interiores também costumam ser íngremes e, por conta da baixa ou nenhuma circulação de água, esses corpos d’água são pobres em oxigênio e nutrientes.

A água mais próxima à superfície pode ser mais doce do que salgada, pois ela recebe a água vinda da chuva. Enquanto isso, a água do mar aprisionada há bastante tempo, por ser mais densa, se encontra no fundo da caverna — o que explica essa parte ser sem vida.

Onde estão localizados os buracos azuis?

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Um dos exemplos melhores exemplos de buraco azul é o Great Blue Hole (“grande buraco azul”, em tradução literal), localizado a 70 km da costa da cidade de Belize, na América Central. Sua abertura forma um círculo quase perfeito com 300 metros de largura e atinge até 124 metros de profundidade.

Uma pesquisa liderada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) dos EUA, no buraco azul de Belize, revelou uma variedade de micróbios vivendo nas águas mais superficiais da caverna — onde a luz alcança —, bem como algumas espécies de peixes e algas.

Algumas dessas cavernas podem apresentar tuneis horizontais que as ligam a outros buracos azuis ou por aonde parte de sua água pode ser renovada ao acessar o mar. Os buracos azuis, em sua maioria, ocorrem em terrenos rochosos de calcário, normalmente encontrado nas regiões costeiras do planeta.

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Para a ciência, os buracos azuis são fundamentais para entender como a vida prospera em um ambiente tão pobre de nutrientes e oxigênio. Além disso, essas cavernas abrigam sedimentos milenares em seu leito que também podem ajudar a entender parte da história geológica local.

Vale ressaltar que os buracos azuis não são sinônimos de cenotes, que também são um tipo de formação geológica, mas são cavernas subterrâneas alimentadas por fluxos de rios ou lençóis freáticos. Portanto, os cenotes são cavernas inundadas de água doce, enquanto o buraco azul é predominante preenchido por água do mar.

É perigoso nadar em um buraco azul?

A beleza natural do buraco azul é um convite quase irresistível para dar um mergulho, mas, assim como tudo na natureza, é necessária muita cautela ao explorar tal lugar.

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Essas cavernas costumam ser visitadas por pesquisadores munidos de equipamentos adequados para a atividade. No entanto, ao se aventurar pelas águas mais profundas, mesmo com equipamentos adequados, existe um risco de ocorrer a chamada narcose por nitrogênio, uma espécie de intoxicação relacionada a pressão do fundo da caverna, que pode afetar o raciocínio do mergulhador, levando ao afogamento.

O interior de alguns buracos azuis podem ser verdadeiros labirintos formados pelos túneis horizontais. Um mergulhador inexperiente facilmente pode se perder no interior dessas cavernas e ficar sem oxigênio. Estima-se que 200 pessoas tenham morrido no buraco azul de Dahab, no Mar Vermelho, em decorrência da narcose.

De modo geral, os buracos azuis não são perigosos, desde que os mergulhos sejam feitos de maneira responsável, com equipamentos adequados e acompanhados por profissionais treinados. Afinal, nenhuma estrutura da natureza deve ser subestimada.

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Fonte: NOAA, Mote, NASA, National Geographic