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Combinação de fezes e algas reduz emissão de gases do efeito estufa

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Alexas_Fotos/Pixabay
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No mundo todo, cientistas buscam novas formas de conter as mudanças climáticas, o que envolve necessariamente o controle de emissões de gases do efeito estufa. Neste ponto, pesquisadores da Universidade de Ciências Agrárias da Suécia sugerem uma solução, no mínimo, bizarra: inibir a geração de metano produzida por vacas e outros animais de criação com a adição de algas nas fezes.

Para o grupo de pesquisadores suecos, o controle da emissão de gases do efeito estufa passa necessariamente pelo controle das altas taxas de metano produzidas pelo setor agropecuário em todo o mundo. Afinal, um terço do metano gerado pela atividade humana é emitido por animais ruminantes, como vacas, ovelhas e cabras de criação. Surpreendentemente, os ruminantes emitem quase a mesma quantidade que a indústria de combustíveis fósseis.

Aqui, cabe destacar que os animais ruminantes produzem o metano durante a digestão dos alimentos e este é liberado quando arrotam. Além disso, o esterco também emite o gás associado ao efeito estufa e altamente inflamável ao se decompor. Aparentemente, a solução é ideal para resolver o segundo problema.

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Combinação de algas e fezes contra o efeito estufa

Para reduzir o impacto da criação de animais na agropecuária, os cientistas testaram um novo alimento composto por uma alga tropical de cor avermelhada. A espécie Asparagopsis taxiformis (AT) contém bromofórmio, um composto químico conhecido por bloquear naturalmente a geração do gás.

No experimento, o impacto da alimentação suplementada em vacas que produzem leite foi comparado com a dieta normal na geração de metano. Além disso, os pesquisadores verificaram se adicionar a alga nas fezes poderia impactar a liberação do gás.

Publicado na revista científica Frontiers in Sustainable Food Systems, o estudo revelou que a suplementação de algas através da alimentação pode limitar a liberação de metano. No entanto, as algas são muito mais benéficas, caso sejam adicionadas diretamente no cocô dos animais.

Redução na geração de metano

“Mostramos que a adição da alga às fezes de vacas leiteiras reduziu significativamente a produção de metano em 44% em comparação com as fezes sem AT”, pontua Mohammad Ramin, um dos autores do estudo, em nota. “Nossa pesquisa mostrou uma maneira potencial de como os inibidores de metano podem ser utilizados”, acrescenta.

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Agora, é necessário ampliar os testes com o uso da alga tropical. Isso porque a atual pesquisa foi desenvolvida com apenas quatro vacas. Com mais cobaias, será possível obter melhores resultados e, muito provavelmente, expandir a solução para o uso em outras espécies de animais ruminantes.

Fonte: Frontiers in Sustainable Food Systems e Blog Frontiers