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Brasil bate recorde de desmatamento na Amazônia e Cerrado em 2022

Por| Editado por Rafael Rigues | 04 de Julho de 2022 às 10h30

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Ria Sopala/Pixabay
Ria Sopala/Pixabay

Depois do recorde de desmatamento no primeiro trimestre deste ano, a Amazônia Legal (território que engloba nove estados do Brasil pertencentes à bacia Amazônica) registrou novo nível recorde de queimadas durante o primeiro semestre de 2022. Foram 3.750 quilômetros quadrados perdidos desde janeiro, sem contar os últimos seis dias de junho.

De acordo com informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta sexta-feira (1° de julho), estes foram os piores números para esse período desde 2016. O recorde anterior foi de 3.605 quilômetros quadrados, em 2021. O aumento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 17%.

Os recordes deste primeiro semestre de 2022 também foram mensais: os meses de janeiro e fevereiro, que costumam apresentar número menor de desmatamento, foram os mais críticos até agora, com 430 km² e 199 km² de áreas perdidas, respectivamente.

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No total, mais de 7.500 incêndios foram registrados desde o início do ano, os piores números desde 2010. Só no mês passado, foram mais de 2.500 queimadas, o maior número para o período de junho desde 2007. Houve um aumento de 11% em relação a este mês em 2021.

Já no Cerrado, outro recorde: foram 4.239 focos de incêndio em junho, o número mais alto para o mês desde 2010. No semestre, os focos de incêndio nessa região chegaram a 10.869, 13% a mais que no mesmo período de 2021.

A soma das queimadas no Cerrado e Amazônia Legal totaliza mais de 18 mil focos de incêndio neste primeiro semestre. Para o WWF-Brasil (Fundo Mundial da Natureza, na tradução oficial da rede internacional para o grupo que atua em nosso país), trata-se de um retrocesso.

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ONGs e ambientalistas acusam o governo do presidente Jair Bolsonaro de implementar políticas que contribuem para estes números. Na terça-feira (28), a Controladoria Geral da União divulgou um relatório que alega uma ação deliberada do governo em interromper funcionamento do Fundo Amazônia.

Com a paralisação do Fundo Amazônia, o país perde a chance de captar 20 bilhões de dólares em recursos para o controle do desmatamento e outras ações de preservação, argumenta o relatório da CGU. O valor da possível captação foi estimado com base nos dados do BNDES.

De acordo com o jornal ambiental ((o))eco, “a cifra virtualmente disponível representa cerca de R$ 105 bilhões na cotação atual, valor maior do que o Produto Interno Bruto (PIB) dos estados de Roraima, Acre, Amapá e Tocantins somados”.

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O relatório da CGU recomenda que o Ministério do Meio Ambiente reestruture a governança do Fundo Amazônia e que a União atualize o Plano Nacional de Controle do Desmatamento Ilegal e Recuperação da Vegetação Nativa.

Fonte: WWF, ((o))eco