Bonobos reconhecem quando humanos não sabem de alguma coisa
Por Nathan Vieira |

Bonobos percebem quando humanos não sabem de alguma coisa. É o que descobriu um estudo da Johns Hopkins University. Os pesquisadores fizeram com os animais aquele famoso jogo de colocar algo embaixo de um copo e ficar trocando para adivinhar em qual dos copos o item está.
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Mas nesse caso, os bonobos assistiam enquanto uma pessoa colocava a guloseima sob um copo, e todos os copos permaneciam parados durante o experimento.
Em seguida, outra pessoa precisava identificar o copo certo. Se ela acertasse, entregava a guloseima ao bonobo. Em alguns experimentos, esse humano pode observar a guloseima sendo escondida através de uma divisória transparente e, assim, sabe exatamente onde ela está. Em outros, no entanto, a divisória é sólida, deixando o humano sem ideia de qual copo está escondido o petisco.
Com isso, a intenção é que o bonobo sempre saiba onde está a comida e também veja se o humano poderia ter o mesmo conhecimento ou não.
Segundo o estudo, quando seu humano estava presente, os bonobos tinham cerca de oito vezes mais probabilidade de apontar para o copo com a comida embaixo dele.
Bonobos reconhecem a ignorância humana
Os pesquisadores também queriam entender se os bonobos agiriam de forma diferente quando o experimento foi montado sem que o humano conseguisse enxergar onde estava a comida.
Quando não dava para ver, os bonobos eram mais rápidos em começar a apontar para onde a comida estava escondida.
A conclusão do estudo é que os bonobos podem perceber o estado de conhecimento de um humano e ajustar seu comportamento de acordo. Mais uma prova de que o comportamento dos primatas é surpreendente e complexo.
"Os bonobos de fato adaptaram de forma flexível a frequência e a velocidade de sua comunicação ao estado mental de seu parceiro. Essas descobertas sugerem que os macacos podem representar (e agir sobre) a ignorância dos outros de alguma forma, comunicando-se de forma estratégica e apropriada para coordenar efetivamente com um parceiro ignorante e mudar seu comportamento", conclui o estudo, publicado na PNAS.
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Fonte: Ars Technica