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A Lagoa da Tinta Que Sangra no Paquistão e a vida que ela traz ao deserto

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USGS/Landsat
USGS/Landsat

A lagoa de maré Khor Kalmat, no Paquistão, só aparece quando a maré alta do Mar da Árabia enche as profundezas do deserto com água — em imagens de satélite, o fenômeno se assemelha à “tinta sangrando por entre o papel”, dando seu apelido, mas, mais importante, alimenta a vida que vive no ambiente árido.

A laguna, cheia de água salgada, ocupa 27 quilômetros de uma ponta a outra na porção mais larga, ficando na Costa de Macran, na província paquistanesa do Baluchistão. Essa porção de terra fica separada do continente por montanhas desérticas, chamadas de Cadeia Montanhosa de Makran, paralelas à costa do país. Na foto, ela assume uma coloração alaranjada.

Khor Kalmat e a vida no mangue

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Entrando por um canal estreito na costa paquistanesa, a água deixa Khor Kalmat na maré baixa, deixando as planícies enlameadas. Na foto de satélite, manipulada para aumentar o contraste entre a água e o deserto, o líquido aparece em um azul profundo. Grande parte da região no entorno é deserto árido, com chuvas mínimas. Com a água, no entanto, o oásis abriga um rico ecossistema.

Em Khor Kalmat, há manguezais, vistos como pontos verdes na foto, onde vivem peixes juvenis e diversos organismos marinhos, como crustáceos e moluscos. O mangue provém madeira para a população que vive em torno da laguna, e pássaros limícolas pescam nas partes superficiais da laguna exposta, buscando pequenos insetos e peixes atolados no lodo.

A maioria dos pássaros vive no Santuário de Vida Selvagem de Buzi Makola, a oeste da laguna. O ambiente, no entanto, tem sido ameaçado por sobrepesca, desmatamento do mangue e aumento de temperaturas.

Não se sabe como está o ecossistema atualmente por conta da falta de monitoramento, mas, mesmo que se recupere, a lagoa de maré está sendo ameaçada pela provável construção de uma base naval paquistanesa no local.

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Fonte: Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, WWF