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Apple, Google, Dell, Microsoft e Tesla são réus em processo de trabalho infantil

Por| 18 de Dezembro de 2019 às 08h10

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Apple, Google, Dell, Microsoft e Tesla são réus em processo de trabalho infantil
Apple, Google, Dell, Microsoft e Tesla são réus em processo de trabalho infantil

Na segunda-feira (16), a International Rights Advocates - organização fundada, em 2007 para promover os direitos humanos - abriu um processo contra grandes empresas de tecnologia no mundo. Apple, Google, Dell, Microsoft e Tesla foram citados na ação judicial por suposto trabalho infantil na República Democrática do Congo.

Na denúncia, as empresas são acusadas de saberem que o cobalto - material usado em baterias feitas com íon de lítio em smartphones e carros elétricos - que compram para seus aparelhos foi originalmente extraído por menores de idade.

A ação protocolada por Terrence Collingsworth, da International Rights Advocates, denuncia a história de 14 crianças, representadas por suas famílias, que trabalharam nessas minas e foram mortas ou sofreram algum acidente permanente, durante suas atividades de trabalho.

Através do processo, a organização busca levar o julgamento para o júri por crimes, como trabalho forçado. Os advogados também querem que as empresas envolvidas financiem "cuidados médicos apropriados" para os envolvidos "e limpem os impactos ambientais".

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Conheça as acusações

"As crianças pequenas que exploram o cobalto dos réus não estão apenas sendo forçadas a trabalhar em empregos extremamente perigosos, em detrimento de seus estudos e futuro", acusa o processo protocolado pela International Rights Advocates. "Eles estão sendo mutilados e mortos regularmente por acidentes em túneis e outros riscos conhecidos, comuns à mineração de cobalto na RDC", ainda explica o documento.

"O cobalto é um componente essencial de toda bateria recarregável de íons de lítio em todos os aparelhos fabricados pelos réus e por todas as outras empresas de tecnologia e carros elétricos do mundo", continua o documento, " e que provocou a última onda de exploração cruel alimentada por ganância, corrupção e indiferença a uma população de pessoas congolesas sem poder e famintas ".

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As minas de cobalto

Os menores de idade mencionados, no processo, eram empregados por duas empresas distintas de mineração, que tinham como cliente as gigantes da tecnologia acusadas. Uma das citadas é a mineradora britânica Glencore, que tem como compradores Apple, Google, Tesla, Microsoft e Dell. Já a outra marca citada no processo é a mineradora chinesa Zhejiang Huayou, responsável por fornecer cobalto para Apple, Dell e Microsoft.

Um porta-voz da empresa Glencore negou que a companhia use esse tipo de trabalho. "A Glencore apoia e respeita os direitos humanos de maneira consistente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos", defendeu o funcionário. "A produção de cobalto da Glencore na RDC [República Democrática do Congo] é um subproduto da nossa produção industrial de cobre. As operações da Glencore na RDC não compram ou processam nenhum minério extraído artesanalmente".

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Antecedentes

Em 2016, a Anistia Internacional já havia denunciado que empresas do setor da tecnologia, incluindo Apple, Samsung, Sony e Microsoft, compravam cobalto de produtores que utilizavam em sua mão-de-obra menores de idade. Entre as declarações feitas na época, a Apple alegou não poder determinar a origem do cobalto usado.

"O trabalho de menores de idade nunca é tolerado em nossa cadeia de suprimentos e estamos orgulhosos de ter liderado o setor como pioneiro em novas salvaguardas", afirmou a Apple em comunicado. "Atualmente, estamos avaliando dezenas de materiais diferentes, incluindo cobalto, para identificar riscos trabalhistas e ambientais, além de oportunidades para a Apple trazer mudanças efetivas, escaláveis ​​e sustentáveis".

Sobre as novas denúncias, as empresas envolvidas na denúncia da República Democrática do Congo ainda não se pronunciaram oficialmente.

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Fonte: AppleInsider