Steam baniu criptomoedas e NFTs para evitar fraude e volatilidade, diz fundador
Por Felipe Demartini | Editado por Bruna Penilhas | 28 de Fevereiro de 2022 às 16h24
O fundador da Valve, Gabe Newell, explicou a decisão de banir jogos e aplicativos envolvendo NFTs e criptomoedas do Steam. De acordo com ele, em entrevista, enquanto é preciso separar a tecnologia em si dos usuários maliciosos, tais fins ainda superam os benefícios, e fraudes e a volatilidade dos ativos digitais ainda geram mais problemas do que soluções para a plataforma.
- Riot, Ubisoft, EA e mais: NFT na rota dos videogames
- O futuro das movimentações financeiras em quatro tendências
Newell separou a argumentação em duas. Para ele, não há problemas no conceito de propriedade de ativos digitais e compartilhamento de ativos entre diferentes universos. Entretanto, ele aponta que o uso dos NFTs como via para lavagem de dinheiro, aplicação de golpes envolvendo investimentos e outras atividades fraudulentas, incluindo promessas de ganho irreais, fazem com que a Valve não queira estar envolvida nesse tipo de negociação.
O criador do Steam também citou como, em alguns casos, aquilo que é vendido como uma tecnologia revolucionária e cheia de possibilidades é, na realidade, “um problema de uma década atrás”. Ele citou Final Fantasy XIV como exemplo de um universo virtual bem estabelecido e cheio de elementos, que pode sim levar a tecnologia e conceitos de propriedade digital adiante, no lugar de alternativas apresentadas hoje por gente “que não faz ideia do que está falando”.
Por outro lado, no caso das criptomoedas, a ideia é que a volatilidade não foi bem aceita pelos usuários. O Steam chegou a aceitar tais ativos como pagamento durante algum tempo, mas a flutuação de valores fez com que a ideia fosse deixada de lado em prol de ativos e meios de pagamento mais convencionais, isso sem falar na quantidade de fraudes envolvendo essa opção.
Newell deu um exemplo extremo de como isso foi mal visto, mas sem citar especificidades. Ele afirma que a ideia de que um item pode custar quase US$ 500 hoje e menos de US$ 1 amanhã soa mal para um marketplace de jogos. Além disso, Newell afirma que metade das transações envolvendo criptomoedas no Steam foi marcada como fraudulenta.
Nesse caso, não há um ponto final, e a Valve analisa a questão e deixa vias abertas. Newell, por exemplo, diz saber que as fraudes sempre acontecerão, mas elas devem constituir uma pequena fração do total da movimentação, e não uma onda fora de controle que coloca em xeque todo o sistema. Por isso mesmo, NFTs e criptomoedas ainda devem permanecer fora do Steam por tempo indeterminado.
Fonte: Rock Paper Shotgun, PC Gamer