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Ohio, nos EUA, quer transformar Google em empresa de utilidade pública; entenda

Por| Editado por Claudio Yuge | 09 de Junho de 2021 às 21h20

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Pixabay/Photo Mix
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Água, luz, celular e internet são itens básicos nos dias de hoje. São conhecidos como serviços de utilidade pública justamente por isso. Agora, o Estado de Ohio, nos EUA, quer que o Google se declare como tal — e processou a companhia para que o faça.

Segundo Dave Yost, o advogado geral de Ohio, a empresa usa sua dominância para guiar os consumidores até seus próprios produtos. A ação não busca compensação financeira, mas quer impor algumas obrigações ao Google.

No pedido, Yost aponta que o Google “tem obrigação de apresentar conteúdo de outras fontes sem discriminação”. Além disso, pede que a companhia seja proibida de “priorizar seus produtos, serviços e websites em buscas e ofereça oportunidades iguais aos concorrentes”.

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A solicitação avalia que "os usuários de Ohio são prejudicados porque não podem tomar as melhores decisões, já que não recebem toda a informação”. Em uma busca por voos, por exemplo, o Google pode apresentar o Google Flights e impedir a apresentação de ofertas de concorrentes, ilustra o advogado geral.

Opinião semelhante na Suprema Corte

Uma opinião semelhante recente do juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte americana, afirma que o Twitter e redes similares podem ser enquadrados em restrições da Primeira Emenda (apesar de não serem agências governamentais). Para ele, o direito à liberdade de expressão não impede que essas plataformas sejam reguladas.

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Embora sejam digitais, segundo Thomas, esses serviços são muito parecidos com as operadoras tradicionais. “Assim como uma empresa de telefonia tradicional, eles carregam informação de um usuário para outro.” O Twitter foi mencionado especificamente pelo juiz por ter banido Donald Trump por incitar violência, mas ele diz que a mesma lógica se aplica a Facebook e Google.

Yost usa parte dos argumentos de Thomas na ação apresentada contra o Google e aponta que o sistema de busca da empresa tem 90% de participação de mercado. “Em relação a outros mecanismos de busca ele tem o diferencial de que mais pessoas o usam, o que cria dados que podem ser interpretados pelo algoritmo para refinar e melhorar os resultados."

Google diz que isso pode piorar resultados

O Google se manifestou em um comunicado. "A busca do Google oferece os resultados mais relevantes”, diz o documento. “Essa ação judicial vai tornar os resultados piores e dificultar o contato de pequenos negócios com os clientes. Os residentes de Ohio não querem que o governo trate o Google como uma empresa de gás ou eletricidade."

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Ainda segundo o Google, seu serviço de buscas não tem os atributos de operadoras tradicionais de telefonia ou energia, por exemplo. Entre as características dessas provedoras está a oferta de serviços por uma taxa a partir de concessões públicas.

Em resposta, Yost afirma que a lei de Ohio diz que uma entidade pode ser caracterizada como utilidade pública se a natureza de sua operação for de interesse público e se ela estiver disponível de forma indiscriminada. Além disso, ele aponta que os serviços oferecidos por uma empresa atingem o status de utilidade pública quando servem a uma parte significativa dos usuários de forma que seus métodos se tornam questão de interesse e bem-estar público.

Nos EUA, Ohio é o primeiro Estado a apresentar esse pedido à empresa na Justiça. O resultado do processo, ainda que seja local, pode servir como precedente em outras localidades dos Estados Unidos, e até em outros países, como o Brasil.

Fonte: Ars Technica