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Internet está em seu nível mais perigoso desde 2016, afirma Microsoft

Por| 11 de Fevereiro de 2020 às 19h20

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Internet está em seu nível mais perigoso desde 2016, afirma Microsoft
Internet está em seu nível mais perigoso desde 2016, afirma Microsoft
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A internet se tornou mais agressiva e perigosa do que nunca, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pela Microsoft. De forma a marcar o Dia da Internet Segura, uma iniciativa para promover atividades que visem a proteção online e um uso mais sadio da rede, a empresa divulgou mais uma edição de seu Índice de Cidadania Digital, que mede o tom das interações online em diferentes quesitos. E os resultados não são nada bons, com esse total atingindo a marca dos 70% pela primeira vez desde 2016, quando o estudo começou a ser divulgado.

Quanto mais alto esse total, pior a “saúde” das relações online entre as pessoas. Além de levar em conta golpes e fraudes online, o DCI, na sigla em inglês, também considera as ameaças à reputação, segurança pessoal e saúde mental dos indivíduos, em um índice que vai de 0 a 100. As pesquisas foram feitas em 25 países com dois núcleos de usuários: jovens de 13 a 17 anos e adultos dos 18 a 74 anos.

A conclusão do relatório é que os riscos online aumentaram significativamente em cinco áreas: contato indesejado, quando um desconhecido se aproxima digitalmente de alguém; farsas, fraudes e golpes; sexting não solicitado, com o envio de fotos íntimas e palavras obscenas; tratamento maldoso; e trollagens. O Reino Unido aparece na lista como a nação mais segura, com um índice de 52% (maior que o de 45% registrado em 2016), em um recorde para a pesquisa), enquanto África do Sul (83%), Peru (81%) e Colômbia (80%) foram considerados os mais perigosos.

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O Brasil aparece na metade negativa da lista dos 25, na 15ª colocação. De acordo com a Microsoft, o DCI nacional cresceu dois pontos no último ano e chegou a 72%, maior que a média global. A empresa revela que os conflitos políticos foram citados como as principais causas de risco online por 53% dos entrevistados, enquanto a orientação sexual aparece em segundo (34%), ao lado da religião (33%).

Por aqui, os três riscos mais constantes seguem a média global, ainda que fora de ordem. Para os brasileiros, os contatos indesejados são os mais perigosos, com 42%, seguido do sexting não solicitado (26%) e golpes online (24%). Entretanto, devido ao panorama político e comportamental citado, surgem com destaque os temores quanto a assédio moral (24%) e sexual (22%), que completam a lista.

Geração “sem medo”

Pelo fato de levar em conta quesitos que vão bem além dos tradicionais golpes e fraudes digitais, o estudo também traz um dado curioso. Quando se avalia todos os riscos inerentes ao mundo online, os millenials acabam sendo os mais atingidos, com 82% dos indivíduos dessa faixa etária estando sujeitos aos abusos citados. 78% deles afirmam já terem sido vítimas e 71% alegam terem visto situações desse tipo em seu grupo de amigos ou familiares.

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“Essa é uma geração que já nasceu na internet e não tem receios sobre ela. A rede é como o quintal da casa dela, onde ela sabe como as coisas funcionam e têm menos medo de agir”, explica Nycholas Szucko Antunes, diretor de cibersegurança da Microsoft Brasil. Enquanto isso, segundo ele, os mais velhos, que não possuem tanta familiaridade com o mundo conectado, acabam pensando duas vezes. “É como um nadador com muita experiência e, por isso, se sujeita a mais riscos e se torna mais propenso a acidentes”, completa.

Por outro lado, esse maior conhecimento sobre a rede não significa que os millenials estão preparados para agir em caso de problemas. Pelo contrário: de acordo com o estudo, apenas 63% dos jovens entrevistados disseram saber onde encontrar ajuda quando ela for necessária, enquanto somente 48% dos que passaram por problemas revelaram as situações aos pais.

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Antunes cita as delegacias digitais como os locais corretos para o registro de denúncias sobre ameaças, perseguição e outros crimes online. Além disso, o especialista indica o portal SaferNet como um bom repositório de pesquisa e conhecimento, indicando endereços de unidades e o que fazer em caso de problemas. “É o caminho até mesmo para quem não tem tanto conhecimento assim, e pode fazer consultas sobre as atitudes que devem ser tomadas”, finaliza.

Regras de ouro

Mudar essa concepção é justamente um dos aspectos que está na gênese do Índice de Cidadania Digital, segundo Antunes. “Nossa ideia é conscientizar e levar adiante uma ideia de que a internet e seus usuários podem ser aliados, tanto no uso em si, quanto nos momentos problemáticos”, explica o diretor. “O objetivo final é criar uma cultura digital mais ampla e inclusiva.”

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Junto a seu estudo, a Microsoft também compartilha um conjunto de regras para que governos, empresas, associações e, claro, indivíduos, possam tornar a internet um ambiente mais seguro. Na visão da empresa, a principal dica está relacionada à empatia e compaixão, com a preservação da dignidade e do respeito ao próximo devendo ser o principal motor das interações online.

A empresa também convida os usuários a refletir antes de responderem a discordâncias na internet, e pede que todos respeitem as diferenças, sejam elas de orientação política, sexual, religião ou qualquer outro tipo. Ainda, o ideal é que os usuários apoiem e prestem auxílio às vítimas de abuso e crueldade, denunciando atividades agressivas e dando suporte aos que se sentirem abalados por elas.

O diretor de cibersegurança faz, ainda, uma pergunta sobre o uso de redes sociais: “será que precisamos de tantos amigos?” Segundo ele, um dos primeiros passos de perseguições online ou contatos indesejados é a adição em uma rede social, um ato simples e aparentemente sem importância, mas que pode gerar consequências danosas. “Escolher melhor nossos contatos ajuda a evitar problemas de natureza pessoal e financeira”, afirma.

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Além disso, valem aqui as regras básicas de segurança digital, envolvendo o cuidado com dados pessoais, links maliciosos e promoções mirabolantes. Mais uma vez, Antunes traça uma relação oposta de comportamento entre os millenials e os mais velhos, com um antigo ditado. “Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Fazer uma checagem e entrar em contato com bancos e empresas sobre ofertas ou descontos que pareçam bons demais para serem verdade ajuda na proteção dos nossos dados”.