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Google violou regras para exibir anúncios da Meta a adolescentes, diz jornal

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Google e Meta firmaram um acordo para direcionar anúncios no YouTube a adolescentes, de acordo com documentos revelados pelo Financial Times. A campanha tinha como objetivo promover o Instagram entre usuários de 13 a 17 anos, utilizando uma brecha na plataforma de publicidade da Google, que proíbe a personalização de anúncios para menores de idade.

Inicialmente, a campanha foi lançada no Canadá entre fevereiro e abril de 2024 e, após resultados considerados positivos, expandiu-se para os Estados Unidos em maio de 2024, com planos de alcance global.

Anúncios direcionados a adolescentes

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De acordo com o Financial Times, o foco da campanha era um grupo de usuários classificados como "desconhecidos" no sistema de anúncios do Google — um segmento que a empresa sabia incluir, em grande parte, menores de 18 anos.

Em 2021, o Google anunciou que todos os anúncios direcionados a menores de 18 anos seriam bloqueados de suas plataformas. A estratégia de usar o grupo “desconhecido” contornou essas regras que impedem a personalização de anúncios com base em idade, gênero ou interesses para menores de idade.

Segundo o Financial Times, o Google tomou medidas para ocultar a real intenção da campanha, evitando fazer referências diretas à faixa etária dos adolescentes nos documentos e comunicações.

Em apresentações, por exemplo, a equipe do Google usou eufemismos, como o termo "abrace o desconhecido", em vez de mencionar explicitamente que estavam direcionando anúncios para o grupo "desconhecido", incluindo os menores de 18 anos.

Após a divulgação das informações pelo Financial Times, a Google iniciou uma investigação interna e cancelou o projeto. Em comunicado ao jornal, a empresa reafirmou sua política de proibição de anúncios personalizados para menores de 18 anos e mencionou que tomará medidas adicionais para evitar que campanhas futuras tentem burlar essas regras.

A Meta, por sua vez, informou que a opção de segmentação "desconhecido" do Google estava disponível para todos os anunciantes, e não era exclusiva para a Meta. A dona do Instagram ainda declarou ao jornal que tem “princípios claros quando se trata de como divulgar aplicativos para adolescentes em outras plataformas”.

No entanto, a empresa enfrenta investigações por suas práticas de direcionamento de conteúdo a menores de 18 anos e acusações de que suas redes sociais podem estimular vícios comportamentais nos jovens.

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Fonte: Financial Times