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Equador prende ativista que colaborava com o WikiLeaks

Por| 12 de Abril de 2019 às 11h11

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Equador prende ativista que colaborava com o WikiLeaks
Equador prende ativista que colaborava com o WikiLeaks
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O governo do Equador anunciou a prisão do ativista e programador Ola Bini, acusado de tentar desestabilizar o governo devido às tensões relacionadas ao asilo político de Julian Assange no Reino Unido. Ele foi capturado por “razões investigativas” no aeroporto da capital Quito enquanto tentava embarcar em um voo para o Japão.

Em declaração, que inicialmente não citou o nome do ativista, a ministra do interior Maria Paula Romo disse que, já há alguns anos, o governo sabia que um associado próximo de Assange e grande colaborador do WikiLeaks estava no Equador. O programador é acusado de trabalhar ao lado de hackers russos em tentativas de desestabilizar o governo, principalmente por conta das tensões envolvendo o asilo diplomático do delator na embaixada equatoriana em Londres.

Entre as investigações que levaram à prisão do ativista está o suposto vazamento de mensagens e fotos privadas do presidente do Equador, Lenin Moreno. Novamente, o ato estaria relacionado às tensões entre ele e Assange, com o líder do país latino-americano já tendo sinalizado, ao assumir o poder, que a concessão de asilo a Assange poderia ser revista. Comentários ainda mais antigos citam a relação entre o delator e o país como “insustentáveis”.

Além de Bini, a polícia também estaria buscando os dois hackers russos citados, que também estariam vivendo no Equador. As declarações de Romo também levantaram críticas não apenas pelo ato em si, mas pela ideia de que o programador estaria tentando fugir, o que não é verdade, uma vez que sua viagem ao Japão havia sido anunciada pelas redes sociais no início da semana, com ele afirmando que iria ao país asiático para treinar artes marciais.

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Pelo Twitter, o programador também já havia sinalizado que estava sendo alvo de uma caça às bruxas, citando comentários anteriores da ministra de que um associado de Assange e do WikiLeaks estaria no Equador. Ele não comenta sobre as supostas relações com hackers russos, afirmando apenas que as notícias são preocupantes. Bini também não comentou a prisão de Assange, preferindo replicar postagens de jornalistas e outros ativistas como Edward Snowden.

Ao comentar a prisão, a ministra do interior ainda disse que o governo local não vai deixar o Equador se transformar em um “centro de hackers” e que qualquer atividade ilegal contra os cidadãos locais ou de outros países ou governos será punida. De acordo com ela, as identidades e fotos de outros supostos envolvidos nas operações foram entregues às autoridades, que conduzem operações de busca aos suspeitos.

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Julian Assange foi preso na manhã desta quinta-feira (11) e retirado à força da embaixada do Equador em Londres, onde viveu ao longo dos últimos sete anos temendo por sua captura e entrega ao governo dos EUA, onde deve responder pelo vazamento de documentos oficiais do governo por meio do WikiLeaks. Em declarações, a ministra das relações exteriores da Austrália, Marise Payne, disse que não vai intervir no processo burocrático entre os dois países, mas que vai se opor à extradição do delator, que é cidadão australiano, caso ele corra o risco de ser condenado à pena de morte.

Fonte: BBC