Empresas de mídia querem criar alternativa mais eficiente ao Google AMP
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 25 de Fevereiro de 2022 às 16h15
Grandes empresas de mídia se juntaram para criar soluções alternativas que permitam o abandono definitivo do formato AMP (Accelerated Mobile Pages) do Google. O motivo é que o próprio criador e incentivador do formato parou de investir na solução, razão pelo qual os sites que o utilizam deixaram de ser tão relevantes.
- Google, Facebook e outras gigantes se posicionam contra o PL das Fake News
- Google apresenta nova "fonte ideal para leitura"
O grupo Voz Media (proprietário do Voz, The Verge e SB Nation), BuzzFeed, Complex Networks, BDG (Gawker, Bustle), Washington Post e outros sites menores já abandonaram o AMP e agora trabalham em um modelo aprimorado para atender aos anseios do mecanismo de Pesquisa do Google. A ideia é construir uma modelagem para acelerar páginas móveis com meio da leveza e padronização.
Outra vantagem seria o fim das URLs muito longas e complexadas, fruto da integração com o AMP. Com a medida, os editores esperam ter mais controle o design da página, liberdade para posicionar anúncios e oferecer assinaturas, coisas que eram vedadas no modelo antigo.
Em uma estimativa divulgada pelo The Wall Street Journal, as empresas esperam obter até 20% a mais de receita de publicidade do que nas páginas AMP, sem que isso impacte na velocidade de carregamento. Não está claro como essa publicidade será implementada sem atrapalhar a experiência do usuário, mas é certamente algo que os concorrentes estão de olho.
AMP era garantia de velocidade
Nos últimos anos, o Google passou a priorizar como resultado da busca os sites que usavam o AMP — embora a empresa sempre tivesse negado isso, como o fez novamente no artigo do The Wall Street Journal. A ideia seria supostamente oferecer vantagens para quem adotasse o formato porque proporcionava uma velocidade de abertura maior, além de entregar um visual mais agradável para o leitor.
De alguns meses para cá, contudo, o mecanismo de buscas parece ter removido esse "benefício" e adotou novas métricas para classificar sites por velocidade, capacidade de resposta e estabilidade visual. Esse conjunto de mudanças, chamado "experiência da página", passou a ser muito mais relevante em termos de ranqueamento do que o AMP, por isso novos sites começaram a surgir no carrossel de notícias, mesmo sem usar o formato.
Desde o ano passado, o Google Notícias passou a exibir todo tipo de conteúdo noticioso, com ou sem AMP, e até removeu o ícone de raio que indicava a diferença. Resta saber se a Gigante das Buscas pretende fazer alguma mudança no seu algoritmo para incorporar o novo formato, se voltará a priorizar o AMP ou manterá o sistema atual.
Fonte: The Wall Street Journal