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Austrália quer legislação de censura a conteúdo extremista nas redes sociais

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(Imagem: Reprodução/Courier Mail)
(Imagem: Reprodução/Courier Mail)

Depois dos atentados na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, a vizinha Austrália não quer se arriscar: segundo informações do Australian Finance Review, o primeiro ministro do país, Scott Morrison, quer discutir com as empresas de tecnologia de todo o mundo uma nova legislação para coibir a proliferação de discursos extremistas nas redes sociais.

A ideia pode não agradar as empresas, já que a proposta de Morrison prevê não apenas multas, mas também encarceramento de representantes das empresas que falharem nessa empreitada: “Se as empresas por trás das redes sociais falharem em demonstrar uma proatividade na imediata instituição de mudanças para prevenir certos usos de suas plataformas, como o que foi filmado e compartilhado pelos autores dos terríveis atentados em Christchurch, nós vamos agir”, ele disse.

Tamanho escrutínio é justificado pela falta de ação rápida do Facebook em identificar e cortar a transmissão ao vivo do massacre que levou 50 pessoas à morte e feriu outras 50, após um atirador invadir e abrir fogo contra fiéis em momento de oração em duas mesquitas na cidade neozelandesa. O criminoso ainda publicou um manifesto online, identificava-se como “fascista” e com ideologias da chamada alt-right (“direita alternativa”, na tradução) e extrema direita.

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O Facebook se defende das críticas dizendo que nenhum usuário reportou a transmissão ao vivo do atirador. Inclusive, segundo a plataforma, a primeira denúncia do vídeo veio 12 minutos após o seu término. Somando isso à duração de 17 minutos da mídia, o massacre ficou registrado no feed da rede social mais popular do mundo por quase 30 minutos. Desde então, o Facebook tem mostrado esforços para excluir compartilhamentos e novas postagens do vídeo, que chegaram a 1,5 milhão de uploads eliminados.

O YouTube, que também viu registros do vídeo em sua plataforma, não foi diretamente citado pelo primeiro ministro Morrison, mas divulgou que excluiu “uma quantidade sem precedentes” de uploads do vídeo.

A reunião com o primeiro ministro também incluirá empresas de telefonia e ofertas de conexões móveis. Detalhes específicos da legislação proposta ainda são desconhecidos.

Fonte: Australia Financial Review