Homem que denunciou esquema de espionagem dos EUA pede asilo político à Rússia
Por Joyce Macedo | 01 de Julho de 2013 às 20h03
O presidente do Equador deixou bem claro que a situação de Edward Snowden era "complicada" e que o asilo no país precisava ser analisado cuidadosamente. Agora, o ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) resolveu pedir asilo político na Rússia.
O cônsul russo Kim Shevchenko foi quem divulgou a informação à agência de notícias AFP. "Às 22h30 (15h30 de Brasília) de ontem (30), a cidadã britânica Sarah Harrison se apresentou no serviço consular do aeroporto Sheremetievo e entregou um pedido de asilo político de Snowden", disse Shevchenko.
Sarah Harrison viajou com Snowden para ajudá-lo a conseguir asilo e se manter seguro após as denúncias de espionagem realizadas contra o governo norte-americano. Na verdade, Harrison já é conhecida no mundo da web por fazer parte da equipe de defesa legal do WikiLeaks desde 2010. Ela é considerada pela mídia como uma das conselheiras mais próximas de Julian Assange.
O responsável pela divulgação de documentos secretos que revelaram ao mundo o esquema de espionagem PRISM deixou Hong Kong no dia 23 de junho e seguiu para Moscou, Rússia. A ideia era que Snowden embarcasse para Cuba na segunda-feira seguinte, porém isso não aconteceu. Desde então, ele permanece na área de trânsito do aeroporto de Moscou.
Muitos apostaram suas fichas na possibilidade de Snowden conseguir asilo no Equador, mas no último domingo (30) o presidente Rafael Correa reafirmou que só poderia analisar o pedido de asilo quando o ex-funcionário da NSA chegasse ao Equador ou em alguma embaixada do país.
"Esta é a decisão das autoridades russas. Ele não tem um passaporte. Eu não conheço as leis russas, eu não sei se ele pode deixar o aeroporto, mas eu entendo que ele não pode. Neste momento ele está sob os cuidados das autoridades russas. Se ele chegar a uma embaixada equatoriana, nós vamos analisar o seu pedido de asilo", disse Correa à agência de notícias AP.
Por outro lado, as autoridades russas negaram as alegações de que Snowden estava no país e sob seu controle. Eles dizem que, uma vez que ele não passou pela alfândega, permanece na zona de trânsito do aeroporto, que não é considerado oficialmente como território russo.