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ONU vê os riscos da IA, mas reconhece ajuda no combate ao aquecimento global

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Rafael Garcin/Unsplash
Rafael Garcin/Unsplash

A inteligência artificial pode se tornar uma aliada importante no combate ao aquecimento global, mas também apresenta riscos que precisam ser gerenciados. Essa é a avaliação de Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), destacando a necessidade de regulamentação governamental para equilibrar benefícios e perigos da tecnologia.

De acordo com Stiell, a IA já está sendo utilizada para aumentar a eficiência dos sistemas de energia e desenvolver soluções que reduzem a emissão de carbono em processos industriais. A tecnologia também auxilia a ONU em esforços de diplomacia climática, como mapeamento de riscos e planejamento resiliente de cidades e regiões vulneráveis.

"Feita corretamente, a IA libera capacidade humana, não a substitui", afirmou Stiell. Ele enfatizou que, ao operar grandes plataformas de IA com energia renovável e buscar inovações para melhorar a eficiência energética, é possível maximizar o impacto positivo da tecnologia.

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Crescimento das energias renováveis

Stiell avaliou de forma otimista o estado atual das ações globais de combate ao clima. Segundo ele, o investimento em energias renováveis aumentou dez vezes na última década, chegando a US$ 2 trilhões apenas no último ano. Países como China, União Europeia, Índia, nações africanas e a América Latina lideram a adoção de alternativas limpas, enquanto os Estados Unidos enfrentam obstáculos devido à política federal, mas governos estaduais e empresas continuam avançando.

Apesar do boom das energias limpas, o secretário da ONU alertou que apenas uma pequena fração dos projetos de baixo carbono recebe financiamento completo. Segundo a pesquisa do Industrial Transition Accelerator, apenas 15 de mais de 700 instalações planejadas recebem os recursos necessários anualmente, representando uma oportunidade de US$ 1,6 trilhão para investidores.

Stiell ressaltou que os impactos das mudanças climáticas estão se acelerando, tornando urgente acelerar as ações globais. A atualização dos planos nacionais de redução de gases de efeito estufa (NDCs) é fundamental, especialmente com a chegada da COP30 no Brasil, em novembro, onde serão discutidas estratégias para a próxima década.

Embora a IA não seja uma solução pronta, seu uso estratégico pode transformar a forma como enfrentamos a crise climática. Com regulamentação adequada e investimento em energia limpa, a tecnologia pode impulsionar resultados reais, apoiando governos e empresas a avançarem na transição para um futuro de baixo carbono.

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Fonte: The Guardian