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Microsoft pede regulação de tecnologias de reconhecimento facial

Por| 07 de Dezembro de 2018 às 12h53

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Microsoft pede regulação de tecnologias de reconhecimento facial
Microsoft pede regulação de tecnologias de reconhecimento facial
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A Microsoft voltou a pedir aos governos de todo o mundo por uma regulação das tecnologias de reconhecimento facial, de forma a garantir o funcionamento correto do sistema, sem visões enviesadas, e, acima de tudo, para garantir a privacidade dos usuários. Para Brad Smith, diretor legal da companhia, as empresas de tecnologia que atuam nesse ramo estão em uma corrida comercial em que o sucesso de vendas está tendo mais destaque que a responsabilidade social.

É justamente por isso que ele, mais uma vez, pede, em nome da empresa, por uma intervenção do governo em busca de padrões de avaliação e funcionamento dessas tecnologias. A ideia seria, por exemplo, impedir que os sistemas de verificação facial sejam usados para monitoramento de usuários, seja para fins de publicidade, investigações oficiais sem mandado ou ações de espionagem.

Além disso, o objetivo da auditoria pública é garantir que as plataformas de reconhecimento não tragam alinhamentos relacionados a raça, cor, etnia, religião e outros fatores que possam colocar determinadas minorias em situação de risco. Na medida em que tecnologias desse tipo começam a tomar conta das cidades, cresce o risco de monitoramento forçado contra grupos categorizados como dignos desse tipo de atenção apenas por características desse tipo.

Um ponto de preocupação, por exemplo, são os esforços de monitoramento e vigilância que vêm sendo aplicados na China, incluindo até mesmo uma iniciativa de ranqueamento social e câmeras presentes em estações de transporte e prédios públicos. Smith evitou comentar que o país está na lista de clientes da Microsoft, mas mostrou preocupações quanto aos avanços desse tipo de prática e a forma como inteligências artificiais estariam sendo programadas para realizar o monitoramento.

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Para o diretor legal, tecnologias como as desenvolvidas pela própria companhia podem transformar o mundo em uma distopia como a de 1984, clássico do autor George Orwell em que a população de um país ditatorial é monitorada o tempo todo até mesmo dentro de suas próprias casas. Entretanto, para Smith, também existem pontos positivos nessa utilização, como o auxílio na localização de criminosos ou desaparecidos e a garantia de segurança em serviços baseados na comunidade, como apps de transporte e vendas pessoais.

É justamente nessa medida que o governo deve entrar com uma regulação, acredita ele, de forma a garantir que tais recursos sejam utilizados para o bem e jamais em vigilância ostensiva ou para perpetuar preconceitos. Para garantir isso, ele afirma que a Microsoft está trabalhando com agências oficiais e também rivais do segmento, demonstrando otimismo sobre o embarque de todos estes no barco.

O prognóstico, afirma ele, é positivo, pois empresas e representantes do povo estão se conscientizando de suas responsabilidades sociais, apesar de a gana por sucesso comercial ainda ser uma tônica perigosa do setor. Também ajuda a presença de organizações não-governamentais como a União Americana pela Liberdade Civil e o Instituto AI Now, que realiza pesquisas no campo do reconhecimento facial e tem, inclusive, engenheiros da própria Microsoft como cofundadores.

Fonte: The Wall Street Journal