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Máquinas podem usar IA para rever informações do passado, diz cientista

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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iLexx/Envato
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Um cientista da Universidade de Umea, na Suécia, apresentou um trabalho que, em tese, permitiria que computadores usassem inteligência artificial (IA) para revisar conclusões passadas. A ideia é demonstrar que as máquinas, assim como os humanos, poderiam raciocinar e tomar decisões revendo conceitos anteriores.

Segundo o pesquisador, os computadores conseguem usar raciocínio matemático para alcançar um equilíbrio entre manter a consistência com conclusões previamente estabelecidas e rejeitá-las sistematicamente diante de novas evidências que surgem com o passar do tempo.

“Ao raciocinar e ao tomar decisões, os humanos estão continuamente revisando qual é sua visão do mundo, rejeitando o que antes consideravam verdadeiro ou desejável e substituindo-o por uma perspectiva atualizada e idealmente mais útil”, explica professor de ciência da computação Timotheus Kampik.

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Nova teoria

A abordagem proposta por Kampik implementa novas linhas de raciocínio lógico que equilibram a retenção de informações adquiridas, garantindo a consistência dos dados ao revisá-los durante o processo computacional para acomodar evidências mais recentes sobre um determinado assunto.

Para desenvolver esse sistema com mais eficiência, ele aplicou alguns princípios matemáticos bastante conhecidos no campo da teoria econômica à argumentação final, criando um esquema de raciocínio baseado na lógica dos acontecimentos, tanto do passado quanto do presente.

“Essa prática permite que uma máquina revise, com precisão matemática, conclusões previamente inferidas contrapondo evidências esmagadoras e, permaneça consistente, caso os novo dados não sejam confiáveis o suficiente para modificar um conceito”, acrescenta Kampik.

No mundo real

Segundo o pesquisador, a utilização dessa técnica faria com que as máquinas fossem menos “teimosas” ao revisar fatos relevantes. Além disso, elas seriam incapazes de titubear diante de um fluxo contínuo de novas informações — que poderiam contradizer levemente uma conclusão tirada anteriormente — sem alterá-la de verdade.

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Embora o trabalho apresentado por Kampik seja essencialmente teórico, ele fornece algumas perspectivas relevantes, que poderiam ser aplicadas em dispositivos de inteligência artificial (IA) que envolvam, por exemplo, raciocínio jurídico e sistemas de telecomunicações.

“Quando comecei a me debruçar sobre o problema, estava convencido de que meu trabalho era meramente de relevância intelectual. Fiquei surpreso ao conhecer acadêmicos de outras disciplinas e profissionais da indústria que acharam algumas das minhas ideias interessantes para aplicações no mundo real”, comemora o professor Timotheus Kampik.

Fonte: Umea University