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Humanoides podem levantar 4 mil vezes próprio peso graças a 'músculo artificial'

Por  • Editado por Bruno De Blasi | 

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Imagem gerada pelo Gemini
Imagem gerada pelo Gemini

Você já imaginou conseguir levantar 4 mil vezes o seu próprio peso durante um exercício na academia? Se depender de pesquisadores da Coreia do Sul, essa pode ser a capacidade de força de robôs humanoides no futuro que utilizem “músculos artificiais”.

A tecnologia foi desenvolvida por cientistas do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST) e tem como destaque a capacidade de alternar entre um estado macio e flexível e outro rígido e forte — como se uma borracha pudesse se transformar em aço.

De acordo com a equipe liderada pelo professor Hoon Eui Jeong, do Departamento de Engenharia Mecânica do UNIST, a nova tecnologia pode resolver um problema comum da robótica moderna.

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“Esta pesquisa supera a limitação fundamental de que os músculos artificiais tradicionais são ou altamente extensíveis, mas fracos, ou fortes, mas rígidos. Nosso material compósito consegue ser ambos, abrindo caminho para robôs flexíveis mais versáteis, dispositivos vestíveis e interfaces homem-máquina intuitivas”, explica Jeong em comunicado.

Cargas pesadas e flexibilidade

Os pesquisadores destacam que o músculo artificial é capaz de alternar entre diferentes estágios de rigidez. Quando atinge seu estado mais rígido, ele pode suportar até cinco quilos — cerca de 4 mil vezes o seu próprio peso, de apenas 1,25 grama.

Durante o processo de contração, o material alcança uma deformação de aproximadamente 86%, mais que o dobro da observada em músculos humanos, que é de cerca de 40%. Já no estágio mais macio, o músculo robótico se torna altamente flexível, podendo se esticar até 12 vezes o seu comprimento original.

Segredo está no material

A capacidade de alternar entre flexibilidade e rigidez vem do material usado na estrutura do músculo artificial. Ele é formado por uma rede polimérica com duas camadas interligadas, que combina força e elasticidade.

As ligações químicas dessa rede são responsáveis por garantir resistência e estabilidade, enquanto as ligações físicas — que se rompem e se refazem com variações de temperatura — proporcionam flexibilidade e capacidade de deformação.

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Outra inovação da equipe do UNIST é a incorporação de micropartículas magnéticas ao material. Elas permitem controlar o músculo à distância, por meio de campos magnéticos externos, e tiveram sua eficiência comprovada em testes de levantamento de objetos.

Diversas áreas da indústria, como a medicina e a fabricação de produtos, já vêm avançando na integração de dispositivos robóticos em suas atividades. Neste cenário, a produção em larga escala de músculos artificiais como esse pode ampliar ainda mais as possibilidades de atuação dos robôs em diferentes ambientes.

Confira na íntegra a pesquisa sobre a nova tecnologia na revista Advanced Functional Materials (advanced.onlinelibrary.wiley.com).

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VÍDEO | ROBÔ CABELEIREIRO

Fonte: UNIST