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DeepMind diz ter criado IA que "pensa" como os humanos

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Gerd Altmann/Pixabay
Gerd Altmann/Pixabay

Uma espécie inovadora de inteligência artificial (IA), com um nível de raciocínio lógico próximo ao dos seres humanos, pode estar mais perto de ser finalmente alcançada, de acordo com o pesquisador-chefe a divisão DeepMind da Alphabet Nando de Freitas.

Em um post no Twitter, o cientista disse que “o jogo acabou” na busca por um sistema de inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês), após a DeepMind revelar um dispositivo capaz de completar uma grande quantidade de tarefas complexas, desde empilhar blocos até escrever uma poesia.

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“Na minha opinião, é tudo uma questão de escala agora. Trata-se de tornar esses modelos maiores, mais seguros, eficientes em computação, mais rápidos na amostragem, com uma memória mais inteligente e focada em novas modalidades”, disse Freitas na rede social.

O pulo do "Gato"

Apelidado de “Gato”, o novo sistema de inteligência artificial da empresa-irmã do Google é um “agente generalista” que, segundo o pesquisador, precisaria apenas ser ampliado para poder rivalizar com a capacidade humana de raciocinar em diferentes níveis de aprendizagem e conhecimento de mundo.

Os cientistas da DeepMind treinaram o Gato para completar cerca de 600 tarefas, incluindo legendar imagens, dialogar, empilhar objetos com um braço robótico e jogar videogame. É justamente essa habilidade de realizar várias coisas ao mesmo tempo que torna essa IA tão diferente das outras desenvolvidas até agora.

“A maioria dos sistemas de IA atuais funciona para uma única tarefa ou domínio restrito por vez. Ter um um único sistema capaz de resolver muitas atividades não é algo novo. No entanto, a novidade aqui é a diversidade de tarefas abordadas e o método de treinamento”, explica o pesquisador e coautor do Gato Scott Reed.

Futuro distópico

Segundo o professor de IA da Universidade de Oxford Nick Bostrom, a chegada de uma inteligência artificial geral pode resultar em uma catástrofe existencial para a humanidade, que ficaria à mercê de um sistema superinteligente, com habilidade para superar a cognição biológica dos seres humanos.

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Uma das principais preocupações com o advento de um sistema AGI — capaz de aprender sozinho e se tornar exponencialmente mais inteligente que os humanos — é que seria impossível desligá-lo. De acordo com os próprios engenheiros da DeepMind, o Google já estaria trabalhando em uma espécie de “botão vermelho” para evitar que a IA assuma o controle.

“A segurança é de suma importância. Se tal inteligência estiver operando em tempo real, é preciso ter uma estrutura para impedir que a IA ignore comandos críticos para seu próprio desligamento. Por isso, é essencial que operadores humanos possam assumir o controle da situação a qualquer momento”, encerra o Nando de Freitas.