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Criadora da atriz de IA rebate críticas: "experimentação, não é substituição"

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Reprodução/Instagram @tillynorwood
Reprodução/Instagram @tillynorwood

Eline Van der Velden, criadora de Tilly Norwood a primeira atriz totalmente produzida por inteligência artificial (IA) — rebateu as críticas direcionadas à personagem. De acordo com a líder do estúdio Xicoia, a artista é uma “experimentação, não substituição”.

Van der Velden se pronunciou por meio de um comunicado publicado no dia 28 de setembro na conta oficial da atriz no Instagram. Ela afirmou que Norwood é uma “peça de arte” que gera debates, o que, segundo ela, demonstra o poder da criatividade envolvida no projeto.

“Criar Tilly tem sido, para mim, um ato de imaginação e arte — não muito diferente de desenhar um personagem, escrever um papel ou moldar uma performance. Requer tempo, habilidade e iteração para dar vida a essa personagem. Ela representa experimentação, não substituição. Grande parte do meu trabalho sempre foi sobre segurar um espelho para a sociedade através da sátira, e isso não é diferente”, escreveu Eline.
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A líder do estúdio Xicoia também pontuou que personagens criados por ferramentas de IA não devem ser comparados diretamente com atores humanos, visto que cada forma de arte deve ser valorizada “pelo que traz de único”.

IA como parte da “família artística”

Em outro trecho do comunicado, Eline ressaltou que vê a IA como uma nova ferramenta de criatividade, comparável a recursos que transformaram o mundo da arte ao longo do tempo. Ela disse ainda esperar que essa tecnologia emergente se torne parte da “família artística”.

“Assim como a animação, o teatro de marionetes ou o CGI abriram novas possibilidades sem tirar nada da atuação ao vivo, a IA oferece outra maneira de imaginar e construir histórias”, destacou Van der Velden.

Críticas do sindicato dos atores dos EUA

O Sindicato dos Atores de Cinema dos Estados Unidos (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) expressou sua contrariedade em relação ao uso de Tilly Norwood na indústria cinematográfica.

A organização ressaltou que a atriz é, na verdade, um personagem gerado por um sistema computacional treinado com o trabalho de diversos profissionais, sem permissão ou compensação por parte deles.

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“Para deixar claro: ‘Tilly Norwood’ não é uma atriz, mas sim um personagem gerado por um programa de computador treinado com o trabalho de inúmeros profissionais — sem permissão ou compensação. Ela não possui experiências de vida das quais possa tirar inspiração, não tem emoção e, pelo que vimos, o público não demonstra interesse em assistir a conteúdos gerados por computador que estejam desvinculados da experiência humana”, enfatizou o SAG-AFTRA.

A reação negativa à atriz de IA também se estendeu a atores humanos. Nomes como Lukas Gage, Melissa Barrera, Kiersey Clemons e Toni Collette criticaram publicamente a possibilidade de agentes considerarem Norwood como opção para contratos.

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