Tecido ultratecnológico funciona como tela e pode se conectar ao cérebro
Por Alveni Lisboa | Editado por Douglas Ciriaco | 18 de Março de 2021 às 10h35
Cientistas da Universidade de Fundan, na China, criaram um tecido inteligente que pode mudar a forma como as pessoas vão se vestir no futuro. A ideia é possibilitar a confecção de roupas que sirvam como telas, porém flexíveis e leves como uma peça de vestuário deve ser. Como uma confecção têxtil tradicional, o usuário pode ser lavado e reutilizado sem a preocupação de destruí-la pelo desgaste ou contato com a água.
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A peça de tecido criada pelos cientistas na China tem 6 metros de comprimento e 25 centímetros de largura. Ela é composta por fibras condutoras iluminadas individualmente que se encontram em pontos de contato dentro da malha e a tela compõe toda a extensão do material, que pode ser dobrado como um lençol comum. Veja:
A "roupa-display" que usasse esse pano teria suporte a um teclado embutido sensível ao toque e usaria uma fonte de alimentação capaz de absorver energia do próprio organismo humano. A ideia é transformar o corpo em um computador gigante, reduzindo a necessidade da eletricidade e a dependência de aparelhos eletrônicos.
Os chineses submeteram o projeto a 1.000 ciclos de reflexão, alongamento e prensagem e a tela ainda permaneceu funcional. O tecido hi-tech foi lavado e secado por 100 vezes, sem que a água causasse qualquer inconveniente.
Os pesquisadores publicaram o achado na renomada revista Nature. Eles conseguiram demonstrar como a malha eletrônica poderia ser usada para enviar ou receber mensagens de voz por meio de um smartphone conectado por Bluetooth.
Objetivo da pesquisa é refletir emoções humanas
Esta é a primeira vez que algo do tipo é testado com tais resultados. Pesquisadores já conseguiram desenvolver produtos têxteis capazes de realizar funções inteligentes, como converter energia, mas nada nunca tão avançado e que pudesse ser usado de forma tão versátil.
O objetivo do estudo é facilitar a comunicação entre pessoas, permitindo que isso ocorra por meio da roupa. O produto seria conectado diretamente a ondas cerebrais, que seriam interpretadas e traduzidas em forma de imagem. Isso possibilitaria, por exemplo, que pessoas com doenças comprometedoras da fala pudessem se expressar de forma mais facilitada.
Mas a roupa-tela também poderia ter finalidades estéticas. Não é de hoje que a indústria busca formas de integrar funções tecnológicas a peças do vestuário, carteiras, sapatos e outros acessórios do cotidiano. Com um simples pensamento ou toque de botão, o proprietário poderia, por exemplo, mudar a aparência de uma camiseta com o uso de skins personalizadas.
Se feitos os devidos aprimoramentos, o tecido tecnológico pode se tornar uma tendência dentro de alguns anos. Será que a moda pega? Você usaria uma roupa como essa? Comente!
Fonte: Nature