Realidade aumentada pode se tornar a melhor amiga de quem lê livros físicos
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Pesquisadores da Universidade de Surrey, na Inglaterra, desenvolveram um novo sistema de realidade aumentada (RA) que pode ser integrado a livros de papel, aumentando a experiência do usuário enquanto ele consome conteúdos impressos em tempo real.
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Segundo os cientistas, o projeto chamado Next Generation Paper (papel da próxima geração, em tradução livre) permite que o leitor tenha informações extras sobre o que está escrito nas folhas de verdade por meio de um dispositivo móvel, como tablets ou celulares.
“A forma como consumimos literatura mudou ao longo do tempo com muito mais opções do que apenas livros em papel. Atualmente existem várias soluções eletrônicas, incluindo e-readers e dispositivos inteligentes, mas nenhuma solução híbrida que seja sustentável em escala comercial”, explica o professor Radu Sporea, autor principal do projeto.
Experiência híbrida
Sem uma fiação visível aos olhos do leitor, os livros de realidade aumentada permitem que os usuários acessem um conteúdo digital enquanto folheiam o livro físico. Ao deslizar o dedo ou virar uma página, novas informações são exibidas automaticamente na tela do dispositivo que está ao lado.
Sensores instalados no livro são responsáveis por identificar a ação do leitor e transmitir os dados para o celular ou tablet. Conforme a leitura avança, o usuário pode consultar gráficos, imagens e vídeos relacionados ao conteúdo que está sendo lido de maneira natural.
“Este modelo atualizado possibilita o uso de livros de realidade aumentada para diferentes áreas, como educação. Além disso, essa nova versão incomoda menos o leitor ao reconhecer automaticamente o página aberta, acionando o conteúdo multimídia em tempo real”, acrescenta o professor George Bairaktaris, coautor do estudo.
Livros do futuro
Graças a um sistema de eficiência energética e a um papel condutor pré-impresso, o livro de realidade aumentada já pode ser produzido em escala semi-industrial. Com essa configuração, ele poderia ser usado para transmitir conteúdos que requerem a adição de informações complementares, como turismo, viagens e educação.
No futuro, os pesquisadores esperam que o livro híbrido de realidade aumentada possa ser impresso em escalas maiores, permitindo que o usuário não tenha que recorrer à internet ou outras fontes online para obter dados extras sobre o assunto que está sendo lido.
“Mais do que nunca, essa tecnologia existe para auxiliar o leitor a ter uma compreensão mais profunda do tema escrito e obter mais informações por meios digitais sem, contudo, arruinar a experiência de manusear e ler um livro de papel”, encerra o professor George Bairaktaris.