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O que são os mísseis hipersônicos usados pela Rússia contra a Ucrânia?

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Reprodução/Handout
Reprodução/Handout

A Rússia garante ter usado pela primeira vez na história os chamados mísseis hipersônicos Kinzhal contra alvos na Ucrânia. O armamento foi empregado para destruir um local de armazenamento de armas do exército ucraniano, na parte do oeste do país, e centros de rádio e radiotécnicos de inteligência das tropas ucranianas da região de Odessa.

Esse tipo de bomba é considerado mais destrutivo e perigoso do que mísseis comuns. Eles são lançados de caças MiF-31 e têm capacidade de atingir alvos a 2 mil quilômetros de distância. Tudo isso é associado a uma velocidade de deslocamento de cerca de 6 mil km/h, cerca de dez mais do que o som.

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Por serem muito rápidos, esses mísseis desafiam os sistemas de defesa antiaérea mais modernos. A parte curiosa é que conseguem realizar manobras para correção de curso ou desviar de obstáculos à frente, o que torna bem difícil identificar o trajeto do alvo.

O Ministério da Defesa da Rússia postou um vídeo do que disse ter sido do ataque com mísseis ao depósito ucraniano, a apenas 100 km de distância da fronteira com a Romênia:

Segundo o major-general Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, a Rússia nunca havia utilizado esse míssil balístico em nenhum dos conflitos anteriores que participou, como na Guerra da Síria e no conflito com a Ucrânia, em 2014, pela região da Crimeia.

"Em 18 de março, o sistema de mísseis de aviação Kinzhal com mísseis aerobalísticos hipersônicos destruiu um grande armazém subterrâneo de mísseis e munição de aviação das tropas ucranianas na vila de Delyatyn, região de Ivano-Frankivsk", disse, via comunicado.

O que é um míssil hipersônico

O Kinzhal, que significa "adaga" em russo, é uma arma ar-terra transportada em caças russos com um alcance relatado de 2 mil quilômetros. Confira algumas características do míssil hipersônico:

  • capazes de superar em mais de cinco vezes a velocidade do som, chamada Mach 5;
  • pode manobrar até um alvo, o que os torna extremamente difíceis de rastrear e abater;
  • pode transportar explosivos comuns e nucleares;
  • apenas o impacto chega a equivaler a 3 toneladas de explosivos;
  • além da Rússia, Estados Unidos, China e Coreia do Norte desenvolvem armas hipersônicas.
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A maioria dos testes com esse armamento é feito com lançamentos para o espaço, o que permite um voo de longo alcance e com a possibilidade de realizar manobras. Como eles mudam a direção durante o voo, mesmo os supercomputadores têm dificuldade em projetar a trajetória correta para abatê-los antes da queda.

O maior temor, além da velocidade, é a capacidade de carregar ogiva nuclear, capaz de uma explosão com danos colaterais gigantescos. Por outro lado, por ser rápido demais, alguns especialistas em armas dizem que a precisão do míssil é baixa, portanto o uso é mais comum em alvos fixos, como fábricas, depósitos ou prédios em zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos.

Além das ogivas em si, o poder de impacto do míssil é bastante elevado devido a sua energia cinética associada à gravidade. Pense em uma caneta arremessada na sua cabeça a dois metros de distância: pode doer, mas não gerará uma concussão. Agora, a mesma caneta arremessada de um prédio de 50 andares poderia até causar a morte instantânea de uma pessoa.

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Rússia já faz testes há anos

Embora pareça ser algo novo em guerras, o míssil hipersônico já é testado há pelo menos quatro anos pelo governo de Vladimir Putin. Em outubro de 2020, o país já conduzia experimentos reais com esse tipo de arma balística em seu território.

Por ter uma extensão ampla, os militares puderam enviar mísseis de um local para o outro para analisar as condições técnicas do experimento. Em dezembro de 2021, Putin teria se vangloriado de a Rússia ser o primeiro país a criar mísseis hipersônicos 100% funcionais.

Os ataques recentes com essa arma são vistos como uma forma de exibir poderio bélico e ameaçar nações vizinhas que possam se sentir tentadas a entrar na guerra. De fato, com um poder como este, vários países de Ásia, Europa e Oriente Médio estariam sob ameaça de ataques iminentes.

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Fonte: Sputnik, Military.com