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Novo equipamento permite que surdos sintam a música na pele

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 21 de Outubro de 2022 às 16h00

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Reprodução/Universidade de Málaga
Reprodução/Universidade de Málaga

Pesquisadores do Departamento de Eletrônica da Universidade de Málaga, na Espanha, desenvolveram um novo dispositivo que permite aos usuários ouvir música, utilizando apenas o tato para identificar diferentes tipos de variações sonoras dentro do espectro audível.

Segundo os cientistas, esse equipamento faz com que as pessoas que perderam a audição tardiamente — ou nasceram com algum problema congênito no canal auditivo — possam usar o sentido do toque para escutar novamente por meio de um algoritmo áudio-tátil.

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“Esse algoritmo consegue hackear o sistema nervoso para receber uma resposta diferente dependendo do estímulo real enviado. Usando ilusões táteis, é possível transformar músicas monofônicas em impulsos tangíveis, baseados nas vibrações sonoras”, explica o professor de engenharia mecatrônica Paul Remache, autor principal do estudo.

Enganando o cérebro

O novo sistema tátil desenvolvido pelos cientistas é capaz de converter certas características e estruturas musicais extraídas de arquivos MIDI — Musical Instrument Digital Interface, ou Interface Digital de Instrumentos Musicais, numa tradução livre — em estímulos vibrotáteis.

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Esse algoritmo especializado fornece uma espécie de mapeamento musical, algo que só é possível porque esse tipo de arquivo utilizado pelos cientistas não apenas reproduz e gera sons, mas também proporciona a criação de representações simbólicas que podem ser interpretadas individualmente.

“Os modelos atuais não garantem a correspondência entre a resposta emocional e a música em sua versão vibrotátil. Diante disso, precisamos fazer ajustes nas ilusões táteis para enganar o cérebro, agregando dinâmica às vibrações em forma de movimento, mudanças de direção e localização”, acrescenta Remache.

Sentindo a música na pele

Para criar um dispositivo capaz de emular todo o espectro sonoro, os pesquisadores tiveram que modular as vibrações emitidas em tempo real. Isso foi necessário porque a faixa de frequência perceptível da pele é menor que a do sistema auditivo, podendo ocasionar a perda de algumas características musicais.

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Nos primeiros testes realizados com 50 voluntários, os cientistas concluíram que o protótipo consegue criar ilusões táteis capazes gerar mais emoções positivas do que negativas, provocando estímulos mais agradáveis e estimulantes do que o áudio original.

“No futuro, esse protótipo poderá se tornar um dispositivo portátil e ser levado para um show ou uma festa. Essa tecnologia é facilmente transferível, podendo ser adaptada para equipamentos como telefones celulares, roupas e relógios inteligentes”, encerra o professor Paul Remache.