Isso é muito Black Mirror! Patente da Microsoft tem bot que imita pessoas mortas
Por Nathan Vieira | 25 de Janeiro de 2021 às 19h20
Se você já assistiu Black Mirror, talvez se lembre do episódio intitulado Be Right Back, em que uma jovem decide usar a tecnologia para ressuscitar seu namorado morto por meio de uma inteligência artificial para que eles possam continuar juntos. Acontece que recentemente a Microsoft adquiriu uma patente de um chatbot capaz de simular o comportamento de pessoas que já morreram, com base em informações pessoais, permitindo simular uma conversa com os usuários da ferramenta. O registro atraiu inevitáveis comparações com o episódio, e causaram estranhamento.
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"A pessoa específica que o chat bot representa pode corresponder a alguém que já se foi ou que ainda está presente, como um amigo, um parente, um conhecido, uma celebridade, um personagem fictício, uma figura histórica etc. A pessoa específica também pode corresponder a si mesmo, por exemplo, com o próprio usuário criando e treinando o chatbot. Isso também significa que usuários vivos podem treinar um substituto digital em caso de morte", diz o documento.
No episódio de Black Mirror, a personagem interpretada por Hayley Atwell sente saudade de seu namorado, Ash Starmer (Domhnall Gleeson), que morreu em um acidente de carro. Levada a medidas desesperadas, a personagem de Atwell decide usar a tecnologia para ressuscitar seu namorado morto por meio de inteligência artificial: usando um novo serviço online, ela carrega todas as comunicações digitais anteriores do namorado e perfis de mídia social, que a plataforma usa para criar um Ash virtual.
A princípio, essa simulação do namorado via chatbot satisfaz a personagem, mas com o tempo, ela decide ir ainda mais fundo, levando à contratação do serviço completo, que consiste na simulação física do namorado dela. Ou seja, eles praticamente recriam a pessoa, como um robô hiper realista. Como se trata de um episódio de Black Mirror, as coisas não acabam bem, exatamente.
Mas voltando para a Microsoft, outro detalhe revelado é a possibilidade de o bot se transformar em um modelo 2D ou 3D da pessoa simulada. Soa familiar para você? A patente pode ser vista completa aqui.
Fonte: Independent