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Ilusão criada com ultrassom faz botões na tela parecerem físicos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Fevereiro de 2023 às 18h46

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gratuit/FreeImagesLive
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Cientistas conseguiram produzir uma ilusão tátil com ultrassom para fazer parecer que estamos apertando um botão com os dedos em uma tela achatada, com o potencial de adicionar uma nova camada de imersão no uso de aparelhos sensíveis ao toque (touchscreen). O truque é possível através de um jogo de fricção e uma boa dose de timing.

Quando pressionamos uma superfície com os dedos, a pele é esticada pela fricção, e, quando abandonamos o toque (ao soltar um botão, por exemplo), a fricção é reduzida, relaxando a pele. Mudar a fricção de uma superfície subitamente durante o toque de uma tela com ultrassom, então, pode simular esse efeito ao tornar a sensação tátil diferente. A ciência já sabia disso, mas nunca havia testado o fenômeno em laboratório.

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Ultrassom, vidro e toque

Cientistas da Delft University of Technology, nos Países Baixos, resolveram criar uma placa de vidro que consegue mudar rapidamente a fricção através de um atuador, dispositivo que libera ondas de ultrassom e faz vibrar o objeto. Uma câmera foi afixada abaixo da placa para observar voluntários enquanto pressionavam o vidro, influenciando o ato com a manipulação do ultrassom.

Com base nas imagens, os pesquisadores notaram haver estresse na forma de energia elástica guardado na pele quando um objeto é pressionado, e conseguiriam liberar essa energia. Essa liberação faz com que sintamos que o item pressionado está realmente se movendo, como o afundar de um botão, por exemplo. O ultrassom imita essa sensação ao levitar brevemente o dedo, reduzindo a fricção e relaxando a pele.

Testando em 12 participantes, a equipe notou que, quando a fricção foi liberada com uma onda ultrassônica de 2 micrômetros ou mais, a chance de sentir como se um botão está sendo pressionado foi de 75%. Isso dá o conhecimento necessário para produzir botões virtuais melhores para serem usados em telas.

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Essa vibração utiliza uma tela de vidro muito fina, que poderia ser adicionada às telas comuns de celular, embora mais testes precisem ser feitos para isso se tornar viável. O efeito é menos sentido, por exemplo, por pessoas com pele mais grossa, como os dedos calosos de quem toca violão, guitarra ou outros instrumentos de corda. A tecnologia poderá ser muito útil para a realidade virtual e experiências sensíveis ao toque em celulares, nos quais, atualmente, não sabemos onde estamos tocando a menos que vejamos a tela.

Fonte: Royal Society Interface