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Exomúsculo restaura movimentos de pacientes com distrofia muscular

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 28 de Junho de 2022 às 14h30

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Reprodução/ETHZ
Reprodução/ETHZ

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, desenvolveram um exomúsculo vestível têxtil, capaz de aumentar a força e a resistência da parte superior do corpo de pessoas com deficiências físicas ou mobilidade restrita.

Batizado de Myoshirt, o dispositivo nada mais é do que um colete com punhos para os braços e uma pequena caixa contendo todos os equipamentos — como motores, atuadores e sensores — usados para proporcionar uma camada de potência extra aos músculos naturais.

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“Embora os hospitais tenham vários bons dispositivos terapêuticos, eles geralmente são muito caros e difíceis de manejar. Além disso, há poucos auxílios técnicos que os pacientes podem usar no dia a dia, sem precisar de assistência para realizar exercícios em casa. Queremos fechar essa lacuna”, explica a engenheira Marie Georgarakis, autora principal do projeto.

Myoshirt

O exomúsculo possui vários sensores embutidos no tecido e um algoritmo inteligente que detecta os movimentos intencionais do usuário para calibrar a quantidade de força necessária durante a realização de determinada tarefa, seja ela mais leve ou pesada.

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Um motor tensiona e relaxa um cabo que corre paralelamente aos músculos do paciente, funcionando como uma espécie de tendão artificial sempre em sintonia com os movimentos realizados de forma natural. O controle de todo o dispositivo é feito pelo próprio usuário.

“Meus braços estão simplesmente ficando mais fracos”, diz Michael Hagmann, diagnosticado com uma forma rara de distrofia muscular conhecida como miopatia de Bethlem em 2016. “Essa é uma maneira muito simples de retomar o controle dos meus membros e torná-los fortes novamente”, completa Hagmann.

Resultados animadores

Durante os testes realizados em laboratório com Hagmann e outros onze voluntários — 10 pessoas sem deficiência física e um paciente com lesão medular —, os pesquisadores notaram que todos os participantes conseguiram levantar os próprios braços ou objetos pesados por muito mais tempo graças ao exomúsculo.

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A resistência aumentou em um terço para os indivíduos saudáveis e em 60% para o participante com distrofia muscular. Ao utilizar o exomúsculo, o voluntário com lesão medular conseguiu realizar três vezes mais exercícios do que quando não estava vestindo o dispositivo.

“Na próxima fase, queremos testar nosso protótipo fora do laboratório, em um ambiente natural para futuros usuários. A ideia é permitir que o dispositivo seja usado discretamente sob a roupa de uma pessoa, mas para isso, é preciso reduzi-lo e torná-lo mais leve. Atualmente o MyoShirt pesa 4 kg, o que o deixa muito pesado para uso diário”, encerra a engenheira Michele Xiloyannis, coautora do estudo.