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Pai constrói exoesqueleto para ajudar o filho cadeirante a andar

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 30 de Julho de 2021 às 18h02

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Reprodução/BBC/YouTube
Reprodução/BBC/YouTube

O engenheiro francês Jean-Louis Constanza construiu um exoesqueleto para ajudar o filho a andar. Oscar Constanza, de 16 anos, possui uma doença neurológica genética que faz com que seus nervos não enviem sinais suficientes para os membros inferiores, impedindo que o jovem consiga se locomover sem a ajuda de uma cadeira de rodas.

Preso aos ombros, peito, cintura, joelhos e pés, o exoesqueleto permite que Oscar caminhe utilizando comandos de voz. A ordem é processada por uma central eletrônica acoplada que decodifica os sinais, fazendo com que a estrutura metálica amarrada ao corpo se levante e comece a andar.

“Somos três fundadores da Wandercraft, criada em 2012. Dois dos fundadores, incluindo eu, têm familiares que usam cadeiras de rodas por motivos diferentes. No meu caso, é meu filho Oscar. Um dia ele me disse: 'pai, você é um engenheiro de robótica, por que não faz um robô que possa me ajudar a andar?'", lembra Jean-Louis.

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Exoesqueleto

O equipamento fabricado pela Wandercraft é uma estrutura externa projetada para simular os movimentos do corpo em tempo real. Cada unidade custa em torno de 150 mil euros (cerca de R$ 900 mil na conversão direta e sem considerar os impostos). Por enquanto, o exoesqueleto só está disponível em hospitais da França, Luxemburgo e EUA e não pode ser comprado por clientes particulares.

Segundo os engenheiros da empresa, um dispositivo para uso pessoal diário precisaria ser muito mais leve e funcional, o que ainda não é possível longe de centros especializados e com a operação de profissionais qualificados para o desenvolvimento de programas de atendimento e reabilitação motora. Uma solução que possa ser usada em casa deve ser apresentada em breve.

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"Fazemos esse trabalho porque pensamos que as cadeiras de rodas são uma anomalia. As pessoas são criadas para serem bípedes. O fato de andarmos eretos nos fez humanos há centenas de milhares de anos, então devemos ficar de pé se assim desejarmos e esse é nosso principal objetivo”, completa Jean-Louis Constanza.

Tecnologia

Adaptado para atender às necessidades de reabilitação, o exoesqueleto permite que o usuário mantenha as mãos livres, garantindo uma caminhada mais natural e quase sem esforço, além de um feedback sensorial mais coerente e responsivo para quem está acostumado a se locomover em uma cadeira de rodas.

O equipamento possui um sistema de balanceamento que possibilita a realização de tarefas com desempenho motor fino que exijam movimentos repetitivos, como arremessar uma bola de basquete, caminhar até uma mesa e segurar uma caneca de café, ou em ações mais simples como se abaixar para pegar um livro.

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"Antes, eu precisava de alguém para me ajudar a andar. Agora tudo é muito novo para mim. Preciso aprender a controlar a máquina para que ela me leve a qualquer lugar que eu queira da maneira mais natural possível. Essa é uma sensação ótima e isso me faz sentir cada vez mais independente e confiante", comemora Oscar.

Fonte: Reuters