Dispositivo filtra água suja e produz hidrogênio como combustível
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Inspirados no processo biológico conhecido como fotossíntese, pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, criaram um dispositivo disruptivo para a produção de energia limpa e renovável. A partir da água suja ou salgada e da luz solar, o invento flutuante produz hidrogênio verde. O pequeno aparelho tem apenas alguns centímetros e ainda libera boas quantidades de água potável.
Até então, outros dispositivos semelhantes a esse só conseguiam gerar o hidrogênio como combustível a partir de água limpa (e potável). Diferente dos antecessores, este pode usar água suja, salgada (do mar), barrenta ou mesmo limpa.
Por ser tão versátil, a equipe britânica de cientistas aposta que o invento poderá ser usado em diversas situações, levando água potável e combustível renovável para locais de difícil acesso. É o que defendem em artigo publicado na revista Nature Water sobre o protótipo.
Purificação da água e produção de hidrogênio
Para o dispositivo funcionar, os cientistas explicam que a luz solar é captada por uma camada branca capaz de absorver a radiação ultravioleta (UV) que incide em sua superfície. Através dessa energia, a água coletada entra em estado de ebulição, sendo que parte vira hidrogênio e a outra se transforma em água potável.
O invento “tem um design muito simples”, explica Mohamad Annua, um dos autores da pesquisa, em nota. Inclusive, esta é uma das suas principais vantagens, já que o permite ser facilmente utilizado por comunidades distantes. Além disso, “é muito tolerante a poluentes, e o design flutuante permite que o substrato funcione em águas muito turvas ou lamacentas”, complementa.
Agora, para chegar ao mercado e ajudar populações a encararem o desafio que é o acesso à água potável, são necessários testes complementares. Também será preciso checar o quão limpa é a água produzida, garantido que não provocará doenças e nem diarreia entre os consumidores. A solução é mais que necessária, considerando que o número de pessoas expostas à água poluída só tende a aumentar no mundo, segundo levantamento.
Fonte: Nature Water e Universidade de Cambridge