Descoberta deve acelerar de forma segura o carregamento ultrarrápido de baterias
Por Gustavo Minari • Editado por Douglas Ciriaco |
Meia hora, quarenta minutos e, dependendo do aparelho, até uma hora e meia para carregar a bateria do celular. Em breve todo esse tempo de espera pode se tornar coisa do passado. Um cientista da Universidade de Utah, nos EUA, espera ter encontrado a solução para o carregamento rápido de baterias, não só de telefones, mas também de veículos. Só para se ter uma ideia, hoje, um carro da Tesla leva aproximadamente uma hora para ter carga completa usando estações especiais de carregamento.
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O estudo do professor Tao Gao baseia-se nas baterias feitas com íons de lítio, que são as mais populares dentro do universo de equipamentos eletrônicos por ocuparem pouco espaço, serem leves e terem uma longa vida útil.
A maior dificuldade em diminuir o tempo de carregamento das baterias de íons de lítio acontece por causa de um fenômeno conhecido como “blindagem de lítio”, que nada mais é do que um efeito colateral que ocorre quando os íons de lítio entram em contato rapidamente com partículas de grafite.
Essa reação acontece o tempo todo dentro de uma bateria e, com o passar dos anos, acaba degradando seus componentes, limitando a vida útil e podendo causar até explosões. A descoberta desse fenômeno é o primeiro passo para tentar prever e evitar que ele aconteça.
"Projetamos um experimento para visualizar o que acontece com o eletrodo negativo durante o carregamento. Agora entendemos a física. Podemos ver a partícula de grafite e o que acontece durante o carregamento em tempo real e isso vai permitir melhorar o desempenho das baterias", diz o professor Gao.
Segundo ele, entender esse processo vai ajudar na criação de baterias supereficientes que levariam em média 10 minutos para atingir a carga total de maneira segura em celulares e até mesmo em carros elétricos — a eliminação dessa barreira da blindagem de lítio permitiria acelerar o carregamento de forma consistente sem colocar o dispositivo em risco pela velecidade de carga aprimorada.
O professor Tao Gao calcula que teríamos essas novas baterias em celulares em um prazo de três a cinco anos. Já para os carros totalmente elétricos, o tempo de espera pode variar entre cinco a dez anos. Enquanto isso não acontece é sempre bom ter uma bateria exta na bolsa ou uma tomada por perto — e, é claro, muita paciência.
Fonte: University of Utah