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Dell World | Como Hollywood está usando IA para evitar regravações em filmes

Por| 24 de Maio de 2024 às 09h49

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Warner Bros
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O diretor George Miller estaria totalmente satisfeito com o visual de seu novo filme, Furiosa: Uma Saga Mad Max, graças à inteligência artificial generativa, segundo contou ao Canaltech o arquiteto de estúdio da Kenedy Miller Mitchell (KMM) — produtora do blockbuster —, Yan Chen.

Se o filme será uma obra-prima visual, deixo para você decidir quando for aos cinemas no dia 23 de maio, mas o interessante é que Furiosa: Uma Saga Mad Max foi a primeira obra de Miller a usar IA generativa para corrigir suas filmagens originais. Consequentemente, isso evitou que o elenco fizesse regravações para chegar ao objetivo de Miller.

E como o projeto foi filmado na Austrália, tão longe quanto possível de Hollywood, os recursos de Gen IA podem ter sido cruciais para manter o filme no orçamento original. Chen, entretanto, não pôde comentar sobre cenas específicas melhoradas ou ajustadas com a tecnologia, mas contou que a produção usou as ferramentas do Dell IA Factory para construir sua própria Inteligência Artificial e trabalhar com um Large Language Model (LLM) totalmente operado com servidores locais.

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Além reduzir a necessidade de regravações, a Gen IA usada em Furiosa também ajudou a produzir os efeitos visuais. "Tradicionalmente, você termina o trabalho com os efeitos visuais quando acaba o tempo ou quando acaba o dinheiro” esclareceu Chen. "Assim, dificilmente o diretor fica satisfeito com o produto final. Mas esse é o primeiro em que George Miller está 99,99% satisfeito com o visual do filme".

"ChatGPT dos efeitos visuais”

Para deixar as expressões do elenco mais exageradas em cenas específicas ou fazer com que a voz das pessoas atinja determinada entonação em momentos de emoção, os cineastas agora podem usar um LLM treinado com os dados brutos armazenados durante as filmagens de suas obras. Segundo Chen, um filme como Furiosa gera, no total, cerca de 20 Petabytes — 20 mil Terabytes — de dados.

Isso inclui as filmagens brutas feitas por dezenas de câmeras, bem como o áudio dos gravadores e ainda os cyber scanns dos atores e atrizes — uma espécie de digitalização em altíssima definição que facilita o trabalho dos efeitos visuais no momento da edição.

Chen explicou que praticamente todo o material acaba sendo aproveitado na produção dos filmes, e há pelo menos três cópias criptografadas de tudo isso em locais diferentes o tempo todo.

Na hora de aplicar correções ao material bruto ou construir partes dos efeitos visuais, os técnicos precisam literalmente montar uma pergunta ou pedido em texto para a IA entregar os melhores resultados. Naturalmente, a IA pode não acertar de primeira, e acaba sendo preciso ajustar as solicitações para atingir a visão do diretor para cada quadro do filme.

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Gen IA e a revolução na indústria cinematográfica

Com o uso de Gen IA em Hollywood, os estúdios vão acabar conseguindo produzir muito mais filmes em um mesmo espaço de tempo, conforme Chen. Em outras palavras, essa é a materialização dos ganhos de produtividade transformadores aos quais Michael Dell — CEO e fundador da Dell — se referiu em sua keynote de abertura do Dell Technologies World.

"Reinventem suas organizações para dominar essa “hiper-inteligência”. É uma oportunidade geracional para aumentar produtividade e crescimento”, aconselhou o executivo.

No caso da indústria cinematográfica norte-americana, contudo, esse ganho de produtividade implicará em um problema de distribuição de todo esse novo conteúdo que os estúdios terão que resolver. “Gen IA é realmente uma revolução industrial porque isso vai nos permitir sair de uns 30 filmes por ano em Hollywood para 300 ou talvez 400. Mas isso requererá uma mudança no nosso modelo de distribuição: será que vamos mesmo querer ir ao cinema ver todos esses filmes?”, concluiu Chen.