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Como o Catar investe bilhões para se tornar o país mais high-tech do mundo?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 05 de Novembro de 2022 às 13h00

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Porojnicu/Envato
Porojnicu/Envato

Sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar está entre as nações mais ricas do planeta não apenas por causa do petróleo, mas também pelos investimentos em tecnologia e inovação. Nos últimos 10 anos, startups encontraram nessa região do planeta um lugar para crescer de forma constante, e tudo se trata de um plano de curto prazo do país para se tornar a nação mais high-tech do globo terrestre.

Um documento estratégico chamado Qatar National Vision 2030 reconhece que o futuro pertence aos países que aproveitam a tecnologia da informação e os sistemas de comunicação para obter desenvolvimento econômico e amadurecer seus fundamentos com base no conhecimento.

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Nesse contexto, o Catar é um país pequeno em extensão, mas com grande potencial de crescimento tecnológico. Especialistas acreditam que o país está construindo sua própria versão do Vale do Silício — região localizada na parte sul da Baía de São Francisco, nos EUA, que abriga diversas empresas de tecnologia.

Computação quântica

No começo de 2022, a Universidade Hamad Bin Khalifa (HBKU) recebeu uma doação de US$ 10 milhões (~R$ 53 milhões) para ampliar os estudos em computação quântica. O dinheiro será usado na construção do Qatar Center for Quantum Computing (QC2), um centro voltado para o desenvolvimento de novas tecnologias nessa área.

A ideia é que nos próximos 10 anos o Catar se torne uma referência na fabricação de computadores quânticos, sistemas avançados de criptografia e inteligência artificial quântica, colocando o país no topo da lista das nações que investem em fundamentos tecnológicos de última geração.

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Acessibilidade tecnológica

A Bonocle, uma startup com sede no Qatar Science & Technology Park, desenvolveu uma plataforma de entretenimento em braille. O dispositivo consegue transmitir conteúdo digital para qualquer pessoa com deficiência visual, permitindo uma interação muito mais natural.

O gadget possui três botões hápticos diferentes, cada uma com funções específicas que ajudam pessoas que não enxergam, ou possuem visão reduzida, a ler, escrever, contar, fazer medições e até mesmo jogar em tempo real. O protótipo faz parte de um hub de empreendedorismo criado no Catar para incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias.

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Tecnologia na mesa

A agricultura em um clima desértico pode ser um enorme desafio, mas o Catar investe em tecnologia de ponta para manter e aumentar a produção de alimentos no país. Nas últimas décadas, o Catar passou a utilizar estufas sazonais capazes de produzir frutas, verduras e legumes o ano todo.

Uma das abordagens mais inovadoras é a aquaponia — um sistema de produção de alimentos que combina a aquicultura convencional com a hidroponia em um ambiente simbiótico — em que bactérias ajudam a decompor excrementos de peixes que vivem em tanques para fertilizar as plantas.

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Catar no metaverso

A companhia aérea Qatar Airways está apostando no conceito do metaverso com o lançamento do QVerse, uma experiência de realidade virtual (RV) para os visitantes do seu site. A empresa também diz ser a primeira do mundo a introduzir uma tripulação de cabine meta humana para ampliar a interação com os clientes.

O sistema foi desenvolvido usando o Unreal Engine da Epic Games — uma ferramenta de criação 3D — e o MetaHuman Creator, um aplicativo baseado na nuvem utilizado para gerar humanos digitais de alta fidelidade. O avatar 3D criado pela companhia foi batizado de “Sama” — nome de origem árabe que numa tradução livre quer dizer “céu”.

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Copa do Mundo como vitrine

Apesar de controvérsias sobre possíveis violações de direitos humanos, o governo do Catar pretende usar o Mundial da Fifa para mostrar as inovações tecnológicas que o país é capaz de produzir. Segundo estimativas, os investimentos para sediar a Copa mais tecnológica da história ultrapassam os US$ 220 bilhões, o que representa 14 vezes mais dinheiro do que o que foi gasto pela Rússia em 2018, por exemplo.

Uma boa parte desse valor vai para o setor de inovação tecnológica. Pela primeira vez, uma Copa do Mundo contará com um sistema semiautomático de inteligência artificial (IA) para a marcação de impedimentos. O dispositivo promete agilizar e reduzir o tempo do VAR (árbitro de vídeo) durante as partidas de futebol.

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Outra novidade é que as camisas dos jogadores vão usar elementos de Internet das Coisas (IoT) para ajudar no treinamento dos atletas. Microssensores instalados no tecido conseguirão identificar a temperatura do corpo, nível de estresse, hidratação e outros sinais vitais em tempo real.

O sistema de IoT também vai estar disponível em Lusail, a cidade sede da final da Copa do Mundo de 2022. Um sistema de mobilidade urbana contará com diversos sensores espalhados pelas ruas, trazendo informações precisas sobre o trânsito, vagas de estacionamento, horários de ônibus e metrôs.

Ao que tudo indica, o Mundial do Catar deve se tornar um dos mais caros e tecnológicos da história do futebol. Com todo o dinheiro que vem sendo investido no país nos últimos anos, a Copa poderá ser uma forma eficiente de mostrar ao mundo um exemplo de inovação e empreendedorismo sustentável.