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Estudo revela por que árbitros ainda erram impedimento mesmo com o VAR

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 22 de Julho de 2022 às 11h30

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Liondartois/Wikimedia Commons
Liondartois/Wikimedia Commons

O VAR chegou para solucionar os problemas de arbitragem no futebol? Qualquer pessoa que acompanha o esporte sabe que a resposta é “não”. Muito disso se deve à incapacidade em dar respostas conclusivas em momentos que dependem de extrema precisão, especialmente em lances de impedimentos considerados “ajustados”, nos quais centímetros podem decidir o resultado de um jogo. Mas por que isso acontece?

Essa pergunta foi tema de uma pesquisa conduzida por pesquisadores do Centro para Análise de Movimento, Pesquisa de Entretenimento e Aplicações (que, curiosamente, forma a sigla CAMERA em inglês) da Universidade de Bath, no Reino Unido. A conclusão: o olho humano tem grande dificuldade em determinar o momento exato em que ocorre o passe para conseguir marcar impedimentos corretamente quando o lance exige muita precisão.

De acordo com o estudo, chefiado por Pooya Soltani, os participantes, em média, julgaram que a bola foi tocada 132 milissegundos mais tarde do que ela realmente foi tocada. Pode não parecer muito, mas faz a diferença em lances de alta velocidade.

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Para chegar a essa conclusão, ele gravou um jogador recebendo a bola de um companheiro de equipe. Ao mesmo tempo, o posicionamento 3D da bola era monitorando, assim como o dos atletas, com a utilização de câmeras de captura de movimento ópticas.

Os participantes, então, receberam a orientação de determinar exatamente o ponto do vídeo em que a bola é passada. Essa estimativa foi comparada com a medição com equipamentos especializados, com os quais foi possível determinar que, na média, as pessoas veem o lance com algum atraso em relação à realidade.

O estudo também concluiu que os participantes produziram estimativas mais precisas a depender do ângulo de visão. Os melhores resultados foram obtidos com imagens a 0° (visão do campo) e 90° (visão de cima).

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E tem solução? Soltani aponta um caminho para minimizar esse tipo de problema: câmeras de melhor resolução e com maiores taxas de quadros. Esse último ponto é especialmente importante, porque taxas de capturas maiores produzem mais “fotos” de um mesmo lance durante a gravação, com intervalos menores entre as imagens, o que permite encontrar com mais precisão o momento de contato entre o pé e a bola e traçar a linha virtual de impedimento com menor risco de erro.

Outras sugestões incluem a utilização de múltiplos ângulos de câmera para monitorar o impedimento e a utilização de linhas mais grossas traçadas na imagem, que deixem mais claro que há um nível de incerteza em lances em que o impedimento é marginal.