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Como a placa de circuito com fibras naturais facilita a reciclagem

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Agosto de 2023 às 10h35

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Jiva/Infineon Technologies
Jiva/Infineon Technologies

Apesar das iniciativas de algumas empresas em recolher celulares e gadgets antigos, o resíduo eletrônico é um grande problema para a indústria de eletrônicos. Ainda mais quando se considera a escassez de materiais, os semicondutores, para a construção de novos chips. Nesse cenário, uma das soluções passa necessariamente pela melhoria dos processos de reciclagem, como propõe a startup britânica Jiva Materials com o seu substrato de fibras naturais para as placas de circuito impresso (PCB).

Com a possibilidade de facilitar a reciclagem, aumentar a reutilização dos recursos e reduzir a pegada de carbono, a inovação recebe o nome comercial de Soluboard. Inclusive, algumas placas de circuito da empresa alemã Infineon Technologies já são desenvolvidas com o material em caráter de testes.

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“Pela primeira vez, um material reciclável e biodegradável para a PCB está sendo usado no projeto de eletrônicos para aplicações [em aparelhos] industriais e de consumo — um marco para um futuro mais verde”, afirma Andreas Kopp, executiva da Infineon, em nota.

Custa caro reciclar as PCBs atuais

Aqui, vale mencionar que, por ano, 18 bilhões de metros quadrados de placas de circuito são produzidos. Hoje, a reciclagem dos componentes é um processo caro e que consome muita energia, com os substratos feitos com fibras de vidro. Na maioria dos casos, o “lixo” precisa ser triturado, queimado e, só depois, os metais e outras matérias-primas são recuperados.

Bem diferente do que irá ocorrer com a massificação da PCB com fibras naturais, que se decompõe facilmente com água quente, simplificando a separação entre aquilo que vale a pena ser recuperado e o que deve ser descartado.

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Como a placa de circuito pode ser reciclada?

Segundo a Jiva, o Soluboard é constituído com fibras naturais à base de plantas. Na composição, essa estrutura orgânica é envolta em um polímero não tóxico e este se dissolve ao ser imerso em tanques de água quente. Com isso, sobra apenas um material orgânico compostável do substrato, que pode ser descartado nos sistemas de esgoto comum. Em paralelo, 90% dos componentes eletrônicos conseguem ser recuperados.

“A adoção de um processo de reciclagem à base de água pode levar a maiores rendimentos na recuperação de metais valiosos”, reforça Jonathan Swanston, CEO e cofundador da Jiva Materials. Em números, a substituição das atuais PCBs resultaria em uma redução de 60% nas emissões de carbono. “Cerca de 10,5 kg de dióxido de carbono e 620 g de plástico podem ser economizados por metro quadrado de PCB”, pontua.

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Por enquanto, o novo material biodegradável é usado de forma experimental pela empresa alemã, mas, nos próximos anos, a expectativa é expandir o uso para todas as placas de circuito, o que irá tornar a indústria eletrônica mais sustentável.

Fonte: Jiva e Infineon Technologies