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Cão-robô com IA do Facebook aprende sozinho como andar em diferentes ambientes

Por  • Editado por  Renato Santino  | 

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Divulgação/Unitree
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Eles estão cada vez mais parecidos com os seres em que são inspirados. Cães-robô que andam pelas mais diferentes superfícies e se adaptam sem cair às particularidades de cada terreno, como areia, pedras, escadas e outros, fazem parte de um novo projeto da equipe de inteligência artificial do Facebook.

A empresa se juntou à escola de Ciência da Computação da Universidade Carnegie Mellon bem como à Universidade da Califórnia em Berkeley. Os especialistas ensinaram o equipamento da startup chinesa Unitree a se ajustar em tempo real às condições.

Testes mostram a capacidade do cão-robô de recuperar o equilíbrio quando enfrenta superfícies besuntadas de óleo e diferentes obstáculos com texturas variadas. Jitendra Malik, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley e pesquisador de inteligência artificial do Facebook, diz que o dispositivo aprende rápido, a partir de tentativa e erro, e com base em informações do ambiente.

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Sem visão computacional, o robô reage ao modo como seu corpo se comporta em diferentes superfícies — um processo semelhante à forma de aprendizado dos humanos: quando passam de uma superfície firme para a areia fofa e sentem os pés afundarem, por exemplo, eles adaptam os passos. "Um dos desafios da robótica é justamente a alta variabilidade do mundo real", diz Malik.

Duas técnicas foram combinadas para treinar a inteligência artificial do robô em uma simulação de computador. Nesse ambiente virtual, o dispositivo foi exposto a diferentes superfícies e outras condições difíceis antes de ser testado no mundo real.

Adaptação rápida do motor

A novidade é chamada de adaptação rápida do motor (Rapid Motor Adaptation (RMA). Segundo os especialistas, esse é o “primeiro sistema totalmente baseado em aprendizagem para fazer um robô com pernas se adaptar ao ambiente a partir da exploração e da interação com o mundo".

Como é capaz de se adaptar aos cenários em tempo real, o Facebook avalia que a novidade pode ajudar tanto em operações de busca e resgate quanto em atividades domésticas, bem como ser aplicada em cidades inteligentes para melhorar o tráfego e outras condições que podem afetar a qualidade de vida dos residentes. Essa mesma característica pode funcionar em dispositivos mais baratos e, no futuro, os custos desses robôs podem cair.

Ashish Kumar, estudante da Universidade da Califórnia em Berkeley, testou o modelo em casa, já que os laboratórios estão fechados em razão da pandemia do novo coronavírus. Ele também levou o dispositivo a uma construção em andamento e em trilhas na Bay Area. E o robô quebrou várias vezes durante os testes. “De forma geral, usei o equipamento em todas as áreas que pude.”

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O dispositivo com tecnologia RMA teve melhor desempenho que outros sistemas. Ele caminhou sem cair em areia, lama, grama alta e em uma pilha de lixo. A taxa de sucesso nos testes foi de 70% quando o cão foi colocado para descer uma escada em uma trilha. Já nos experimentos em que ele andou em uma pilha de cimento e sobre um acumulado de rochas, ele se manteve em pé 80% do tempo.

Fonte: CNET