Acessibilidade é motor para inovações na Apple, diz líder global
Por Felipe Szatkowski |

De Lisboa, Portugal — Além de garantir um uso universal, a inclusão tem mais um impacto na Apple: a inovação. É o que mostra a diretora global de acessibilidade da fabricante do iPhone, Sarah Herrlinger, que apresentou ações da empresa para que todas as pessoas possam utilizar seus produtos, como a função de aparelho auditivo dos AirPods Pro 2.
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A fala da executiva ocorreu durante uma palestra no Web Summit de Lisboa, realizada nesta terça-feira (12). Na ocasião, Herrlinger relembrou de algumas iniciativas para garantir o acesso aos produtos da empresa, como a incorporação do recurso de aparelho auditivo clínico autorizado pela Food and Drug Administration (FDA) nos fones de ouvido da marca.
Essas ações abrem portas para mais de 1,3 bilhão de pessoas que têm alguma deficiência significativa, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). “A deficiência também é uma parte universal da experiência humana. Quase todo mundo experimentará uma deficiência temporária ou permanente em algum momento da vida”, diz a executiva.
Não à toa, a empresa vê a acessibilidade como uma oportunidade para inovar cada vez mais, tornando-a presente em cada etapa de desenvolvimento de produtos.
Para ela, ao desenvolver funcionalidades inclusivas desde o início, a Apple cria uma experiência consistente em todos os dispositivos, o que permite que o usuário aprenda e use as mesmas funções inclusivas em qualquer lugar.
“Além de simplesmente fazer diferença, a acessibilidade também impulsiona a inovação. Acreditamos que, quando você projeta com acessibilidade em mente, você cria um produto melhor para todos. Ao longo da história, você pode encontrar inúmeros exemplos disso. A tecnologia, outrora desenvolvida para pessoas com deficiência, está sendo usada em todos os lugares”, explica.
IA na acessibilidade
Além do Apple Intelligence, que oferece diversas ferramentas de inteligência artificial generativa ao iPhone, iPad e Mac, a Apple também usa a IA para aumentar a inclusão. É o caso do rastreamento ocular, que permite que usuários com mobilidade reduzida controlem os dispositivos com a movimentação dos olhos.
Outra aplicação da IA mencionada foi o reconhecimento de sons, que notifica o usuário sobre sons críticos, como alarmes de incêndio, choro de bebê ou sirenes. A função também foi levada ao CarPlay para que os motoristas sejam alertados sobre sirenes e buzinas no trânsito.
O próprio Apple Intelligence é um grande aliado nessa missão. Herrlinger aponta que o pacote foi desenvolvido com a “acessibilidade em mente” e oferece soluções que auxiliam pessoas neurodivergentes, como as notificações prioritárias, por exemplo.
Acessibilidade no Apple Watch
A diretora trouxe o Apple Watch como outro grande exemplo de adaptação para usuários que possuem diferenças nos membros superiores. Ela cita que a acessibilidade impulsionou o lançamento do Assistive Touch, que permite que o relógio seja operado apenas com gestos, como pinçar ou apertar a mão.
“Faz parte do nosso DNA que, ao projetarmos nossos produtos, tentamos pensar em como qualquer pessoa que queira usá-los teria a oportunidade de fazê-lo. E, para tornar esses recursos integrados, para que estejam disponíveis na caixa assim que você liga o seu dispositivo”, ressalta.
Ainda segundo Herrlinger, a preocupação em criar produtos inclusivos começou há mais de 40 anos, com a primeira iniciativa de acessibilidade lançada pela Apple em 1985, antes mesmo da legislação americana sobre o tema.
“Nosso compromisso com a acessibilidade nunca foi por causa de alguma regulamentação, mas porque sempre acreditamos que a acessibilidade é um direito humano básico. E essa ainda é nossa filosofia hoje”, pontua.
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Com colaboração de Bruno De Blasi e Emanuele Almeida