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Análise | SanDisk Extreme Portable SSD é o melhor custo-benefício da categoria

Por| 31 de Março de 2020 às 07h00

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Sergio Oliveira
Sergio Oliveira
Tudo sobre SanDisk

Atualmente, no Brasil, a grande maioria dos computadores saem das lojas equipados com discos rígidos mecânicos, que embora ofereçam um espaço razoável de armazenamento (geralmente 500 GB ou 1 TB), comprometem o sistema com velocidades de escrita e leitura muito baixas, frustrando os usuários. Seja por questão de desempenho ou mais espaço, geralmente a dica é ir atrás de um SSD ou de um HDD externo. O problema da primeira opção é que, embora entregue altas taxas de transferência, ela é cara, o que acaba levando muita gente a optar por um modelo com apenas 120 GB ou 240 GB de armazenamento. A segunda é mais barata e oferece mais espaço, mas também sofre do problema de desempenho... Eis um dilema, que força o consumidor a escolher pagar mais caro por mais desempenho e menos espaço; ou mais espaço com o desempenho de sempre. E se houvesse uma maneira de unir o melhor dos dois mundos?

É essa a proposta do Extreme Portable SSD, a mais nova oferta de SSD externo que a SanDisk colocou no mercado. Fininho (são apenas 2mm de espessura) e um pouco maior que um cartão de crédito, ele oferece toda a praticidade e portabilidade de um HDD externo com desempenho de um SSD padrão. O produto é comercializado no Brasil em versões de 500 GB e 1 TB, que saem na faixa dos R$ 570 e R$ 1.280, respectivamente, e se destaca pelo design compacto e pela construção resistente a poeira, água e impactos. Isso sem falar nas taxas de transferência, que nos testes do Canaltech ultrapassaram os 540 MB/s de leitura. Mas a quem exatamente o Extreme Portable SSD da SanDisk é destinado? Mais do que isso: por esse preço todo, será que ele vale a pena? É isso o que iremos contar para você nesta análise.

O produto

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Embora não seja exatamente o SSD externo mais compacto do mercado (medindo 50 x 96,2 x 8,8 mm), o SanDisk Extreme Portable chama a atenção pelo design curioso. Em vez de um bloco quadradão e soturno com cantos levemente arredondados, a SanDisk ousou e fez o dispositivo com uma aparência mais "divertida", vamos dizer assim.

Todos os cantos são curvados, o que facilita na hora de deslizar o SSD para dentro do bolso e não marca tanto assim na bermuda ou calça. Também chama a atenção o plástico emborrachado utilizado no acabamento do produto, o que certamente vai agradar quem não gosta do famigerado black piano ou metal escovado, que correm o risco de arranhar com o vento ou com partículas duras que entrem em atrito com ele.

A opção por esse material entrega que a SanDisk pensou no produto para uso outdoor, já que o chassi não arranha nem fica marcado com tanta facilidade depois de uma pancada. E não para por aí. Outros dois aspectos contribuem para essa percepção: o lanço laranja de plástico na porção superior, que pode ser usado para fixar o SSD a um chaveiro ou até mesmo um gancho, e a certificação IP55 de resistência a água e poeira.

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Apesar dessa garantia da fabricante, é bom ficar atento e sair por aí praticando mergulho com o SSD no bolso. Nos testes do Canaltech, ele aguentou um "banho" rápido de 10 minutos num recipiente com 20 centímetros de água. Na hora de trazê-lo de volta à superfície, sentimos falta de um protetor para a porta USB-C, que fica exposta e toda molhada depois do mergulho. Por isso, o usuário tem de ter todo o cuidado para limpar e secá-la completamente antes de usar.

Outra característica que nos chamou a atenção negativamente foi o cabo incluído na caixa com o drive de estado sólido da SanDisk. Com conectores USB-C nas duas pontas, ele vem acompanhado de um adaptador USB-A, o que o torna compatível com todos os computadores atuais – até mesmo aqueles que só possuem entradas USB-C. Porém, o cabo tem pouco mais de 15 centímetros de comprimento e é relativamente rígido, o que nos fez pensar que a fabricante imaginou apenas um cenário de uso para o componente: conectado a um notebook e posicionado imediatamente ao lado dele. Ou seja, a não ser que você queira ver o produto praticando rapel, nem pense em conectá-lo ao painel traseiro do seu desktop.

De resto, cabe notar que a parte superior do Extreme Portable SSD é feita de plástico texturizado, infelizmente sem qualquer função dissipadora — isso fica por conta da estrutura de aço sob a carcaça e que também é responsável por vedar a passagem de água para a PCB, controladora e chip de armazenamento. Na parte de trás, vemos a conexão USB-C 3.1 de segunda geração, mas sem qualquer LED indicador de atividade.

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Especificações

Ao todo, a SanDisk disponibilizou quatro versões diferentes do Extreme Portable SSD no mercado, mas apenas duas delas chegaram ao Brasil: a de 500 GB, que no momento que esta análise é escrita pode ser encontrada por R$ 570; e 1 TB, que está saindo por cerca de R$ 1.280. Na gringa, é possível encontrar opções de 250 GB (US$ 73) e 2 TB (US$ 330).

A capacidade de armazenamento, porém, é a única diferença entre as versões, já que todas elas compartilham das mesmas especificações. A porta USB 3.1 de segunda geração, por exemplo, dá ao componente capacidade de alcançar taxas de transferência de leitura sequencial de até 550 MB/s. Curiosamente, a SanDisk não disponibiliza nenhuma informação sobre o desempenho de escrita sequencial ou aleatória do desempenho, tampouco oferece informações de TBW.

Internamente, a SanDisk substituiu a antiga memória flash NAND TLC com buffer SLC, que não conseguia lidar muito bem com a transferência de arquivos grandes. No lugar dela, a fabricante empregou o novo padrão proprietário da Toshiba BiCS FLASH 3D NAND de 64 camadas, que entrega taxas de escrita mais altas e estáveis que antes a um custo reduzido e sem aquecer tanto o componente quanto antes.

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De fábrica o Extreme Portable SSD vem formatado em exFAT, o que significa que basta tirá-lo da caixa para usar no Windows, macOS e Linux. Se você é usuário Windows, a dica é formatar o componente para o sistema NTFS, assim você habilita o TRIM, que limpa automaticamente informações de dados excluídos do drive e mantém seu desempenho no máximo possível.

Por fim, se você está em busca de um dispositivo de armazenamento para guardar arquivos em segurança, o Extreme Portable SSD vem com uma cópia do Secure Access 3.0 inclusa. Com ele, o usuário consegue criar pastas protegidas com criptografia AES de 128-bit. Só tome cuidado que já surgiram relatos de que esta versão do software tem uma falha de segurança: ele armazena arquivos temporariamente em um arquivo de texto simples, sem qualquer proteção.

SanDisk Extreme Portable SSD – Especificações
Especificação / Modelo256 GB500 GB1 TB2 TB
Protocolo de transferênciaUSB 3.1 Gen 2USB 3.1 Gen 2USB 3.1 Gen 2USB 3.1 Gen 2
ConectorUSB-CUSB-CUSB-CUSB-C
Velocidade máxima (leitura)550 MB/s550 MB/s550 MB/s550 MB/s
DurabilidadeNão divulgadaNão divulgadaNão divulgadaNão divulgada
Tecnologia de armazenamentoBiCS FLASH 3D NAND 64 camadasBiCS FLASH 3D NAND 64 camadasBiCS FLASH 3D NAND 64 camadasBiCS FLASH 3D NAND 64 camadas
Garantia3 anos3 anos3 anos3 anos
PreçoUS$ 140R$ 570R$ 1.280US$ 675
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Desempenho

Na prancheta, o SSD externo da SanDisk tem especificações que chamam a atenção de quem está buscando por mais armazenamento e mais desempenho, mas como ele sai quando é colocado a prova? Para avaliar se a performance está alinhada com o que é prometido pela fabricante, o Canaltech preparou alguns cenários para medir as taxas de transferência do produto, seja utilizando softwares de benchmark como o ATTO Disk Benchmark e o Crystal Disk Mark ou movendo arquivos para o drive de estado sólido portátil em duas situações distintas.

Antes de partirmos para os testes em si, é bom levar em conta que, em seu site, a SanDisk afirma que o dispositivo é "perfeito para salvar e editar fotos e vídeos de alta resolução". Dessa forma, ela posiciona o SSD portátil como um produto destinado a entusiastas e profissionais da fotografia e de produção de vídeo, que normalmente guardam seus arquivos e os manipulam ocasionalmente, diferente do que acontece, por exemplo, com um disco rígido voltado para gamers, que é requisitado a todo instante durante logos períodos.

Dito isto, também cabe deixar claro as especificações do computador utilizado para rodar os testes:

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  • Placa-mãe: Asus PRIME Z390-A
  • GPU: Nvidia GeForce RTX 2070 Super
  • Processador: Intel Core i7-9700K @ 4.70 GHz
  • Memória: 4x T-FORCE 8 GB DDR4 @ 3.000 MHz
  • Armazenamento primário: 1 TB Intel SSD 660p
  • Fonte: XFX XTR2 Série 850W 80 Plus Gold Modular
  • SO: Windows 10 Pro 64 bits

Agora, aos testes! O primeiro deles foi feito com o ATTO Disk Benchmark, que dá uma boa noção de como o dispositivo lida com a transferência de arquivos de tamanhos diferentes. O software utiliza dados compreensíveis e sequenciais e nos permite confirmar quais as taxas máximas teóricas de leitura e escrita do SanDisk Extreme Portable SSD. Durante nossos testes, o componente alcançou velocidades máximas de 541 MB/s e 499 MB/s para leitura e escrita, respectivamente. Como a fabricante fala apenas da velocidade máxima de leitura do SSD, ele é o único parâmetro comparativo que pudemos utilizar nesta análise — e o resultado ficou 9 MB/s abaixo. Também chamou a atenção como o dispositivo não conseguiu manter taxas consistentes ao longo do teste, variando até 19% na velocidade de escrita em arquivos acima de 32 KB.

Na segunda rodada de testes, utilizamos o Crystal Disk Mark para analisar como o SanDisk Extreme Portable lida com dados incompreensíveis, sequenciais e não-sequenciais de tamanhos diferentes utilizando diferentes capacidades do processador. A ideia é que esse software nos dê um panorama tanto de uso ideal, quanto de uso mais próximo da realidade. No teste de leitura e escrita sequencial, o resultado foi surpreendente e o SSD externo bateu a velocidade máxima de leitura indicada pela fabricante ao alcançar 563 MB/s.

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Nos demais testes, o Crystal Disk Mark utiliza dados não-sequenciais para simular uma série de arquivos menores sendo transferidos simultaneamente, algumas vezes até utilizando multithreading para lidar com a fila. Aqui, vemos as velocidades caírem para menos da metade, com picos de 253 MB/s e 225 MB/s de leitura e escrita, respectivamente.

Para fecharmos os testes, utilizamos o RichCopy 4.0 para copiar arquivos e marcar o tempo e a taxa média de transferência em quatro cenários diferentes — com isso, conseguimos ter uma ideia real de como o SanDisk Extreme Portable SSD se comporta no dia-a-dia.

No primeiro cenário, movemos um arquivo de 10 GB do SSD principal do sistema para o SSD portátil. Aqui, a tarefa foi concluída em apenas 27 segundos e a uma taxa média de escrita de 388 MB/s.

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No segundo cenário, repetimos o mesmo procedimento, mas na mão inversa: copiando o arquivo de 10 GB do SSD portátil para o armazenamento principal do sistema. Curiosamente, o tempo e a taxa média de transferência foram os mesmos: 27 segundos e 388 MB/s.

O terceiro e o quarto cenários envolveram a cópia de 19.745 arquivos, que totalizavam 39,7 GB, de e para o Extreme Portable SSD. Na cópia do SSD para o SSD externo, a tarefa levou 2m43s e foi realizada a uma taxa média de 261 MB/s. O cenário inverso tomou 2m09s e foi concluído a uma taxa média de 330 MB/s.

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SanDisk Extreme Portable SSD: vale a pena?

Produto, especificações e desempenho apresentados, agora vem a famosa pergunta: vale a pena comprar o SanDisk Extreme Portable SSD? A resposta mais direta para isso é um grande depende. Depende do que você está procurando, depende de quanto você está disposto a pagar e depende de você analisar se o produto atenderá suas necessidades. Mas vamos ajudá-lo nessa tarefa.

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Atendo-se ao que a SanDisk promete para o Extreme Portable SSD e os resultados dos testes que o Canaltech realizou, podemos dizer que, sim, o componente entrega aquilo que a fabricante promete. Nos testes realizados pelos softwares de benchmark, as taxas máximas de transferência ficaram dentro de uma margem aceitável daquilo que a fabricante indica na caixa e manuais do produto. Nos testes de cópia de arquivo, a velocidade média ficou em 388 MB/s. Apesar de estar abaixo do prometido pela fabricante, vale salientar que esta foi uma média e não o pico de 550 MB/s. Isso é um problema?

Novamente temos de levar em consideração o propósito do produto, que, nas palavras da SanDisk, é "perfeito para salvar e editar fotos e vídeos de alta resolução". Nesse cenário em específico, é muito provável que o usuário faça requisições de leitura e gravação bastante esporádicas ao SSD — e quando o fizer, certamente será para acessar, manipular ou salvar arquivos que variam entre algumas dezenas de megabytes e no máximo 1 GB de tamanho (nesse último caso em específico, a transferência leva apenas 4 segundos, por exemplo). Dessa forma, é muito difícil imaginar que essa taxa média de 388 MB/s que alcançamos em nossos testes atrapalhe ou incomode alguém a ponto de fazê-lo desistir do produto ou jogá-lo pela janela.

O componente também serve para estender o armazenamento geral do sistema, guardando documentos, arquivos multimídia como um todo e até fazer backups dos seus arquivos pessoais. Caso o seu objetivo seja instalar programas e jogos, você até pode fazê-lo, mas como isso já foge bastante do propósito do equipamento, é possível que seu desempenho não seja o mesmo e você acabe se frustrando — fica a dica.

Outros aspectos que contam pontos positivos na hora de decidir pela compra do Extreme Portable SSD são sua portabilidade, material de construção e certificado IP55. Se o consumidor estiver em busca de um drive robusto para uso externo, resistente a pancadas, que não arranha fácil e que não tem medo de água, automaticamente este produto salta à frente dos demais, já que pouquíssimos modelos têm essas características.

O preço é outro atrativo em relação a concorrentes com especificações e desempenho semelhantes. O Samsung T5 de 500 GB, um dos SSDs externos mais bem avaliados da atualidade, normalmente é encontrado no varejo online brasileiro por cerca de R$ 980, mas ele não conta com certificado de resistência a água, poeira nem quedas. O ADATA SE730H, por outro lado, possui certificação IP68, sendo bem mais resistente que o drive da SanDisk, mas seu preço no Brasil é proibitivo: online, ele pode ser encontrado por a partir de R$ 546 na versão com 256 GB de armazenamento.

Diante disso, o SanDisk Extreme Portable SSD desponta como uma das principais opções para o consumidor que está em busca de armazenamento externo de alto desempenho, apresentando um bom custo-benefício sobretudo na versão de 500 GB de armazenamento, que está saindo por R$ 570 no momento que esta análise é escrita. Se a proposta dele atender às suas necessidades e você conseguir achá-lo com essa etiqueta, a compra é mais que recomendada.