Presidente da Adata alerta para escassez histórica de memória RAM e SSD
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

O boom de data centers para IA ainda nem chegou em seu auge, e a gigantesca demanda por componentes por essa indústria pode deixar os consumidores sem algumas peças básicas de PC em breve, ou pelo menos com preços altíssimos. O presidente da Adata, Simon Chen, disse em entrevista que a necessidade por memórias, SSDs e HDDs por esses supercomputadores está em um nível que ele nunca presenciou em décadas de atuação no ramo.
Segundo Chen, o problema é que os provedores de serviços em nuvem (CSPs), como as gigantes da tecnologia Amazon, Microsoft e Google, estão fazendo pedidos de uma magnitude que as fabricantes de chips simplesmente não previram. A competição por componentes mudou: não são mais as montadoras de módulos, como a Adata, SanDisk, entre outras, competindo entre si; agora, elas estão disputando o estoque limitado com os colossos da indústria que compram em uma escala muito maior.
Prioridade no fornecimento é dos data centers
Essa disputa tem uma fila de prioridade bem definida, e o consumidor final está longe de estar no topo. As fabricantes de memória estão priorizando o fornecimento para servidores de IA, servidores de uso geral, PCs e, por último, smartphones — exatamente nessa ordem.
O que sobra é disputado por outros mercados. Com isso, os estoques das próprias fabricantes de chips estão em níveis historicamente baixos, com apenas 2 a 3 semanas de produtos disponíveis.
A situação é especialmente crítica para quem ainda monta PCs com memórias DDR4, que já começaram a ficar mais caras. As grandes fabricantes, como Samsung, SK Hynix e Micron, já anunciaram o fim da produção de DDR4 para focar na fabricação de DDR5. Com a oferta diminuindo drasticamente e a demanda ainda alta, Chen prevê um crescimento explosivo nos preços da DDR4, com uma escassez que pode durar até dois anos.
O mesmo vale para o armazenamento: a procura por SSDs para IA é tão grande que está forçando até mesmo antigos usuários de HDDs a migrarem, aumentando ainda mais a demanda por chips NAND.
O fenômeno é inédito, segundo o executivo, que em 30 anos de carreira nunca viu uma escassez simultânea de memórias DRAM, NAND (de SSDs), HDDs, e tanto DDR4 quanto DDR5. A previsão é que os preços continuem subindo pelo menos até a primeira metade de 2026, e empresas como a Adata já estão precisando racionar suas vendas, priorizando clientes fiéis.
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Fonte: DigiTimes