Force One | Marca brasileira se prepara para conquistar gamers
Por Daniel Trefilio • Editado por Jones Oliveira |
A Force One, marca brasileira de periféricos e assessórios gamer, esteve na BGS 2023 apresentando sua nova linha de produtos. Durante o evento, João Paulo Martins, sócio fundador e CEO da Force One concedeu entrevista para o Canaltech explicando um pouco do novo portfólio e estratégias da empresa para se estabelecer no mercado.
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JP trabalhou por 22 anos na Razer e em 2022 saiu da empresa com toda essa expertise, e fundou a Force One já mirando em competir no mesmo segmento. Inicialmente a marca começou operando apenas com cadeiras gamer e, hoje, já dispõe de periféricos de alta qualidade, praticamente todos com linhas de fabricação exclusivas.
“A gente começou como uma empresa que vendia cadeira gamer, e eu saindo da Razer iniciei o projeto com os periféricos. Fiz um estudo, fui para a China, falei com diversas fábricas, hoje nosso mouse top, que é o Hoku, é feito pela fábrica que produz o X-35, que é um dos mouses mais procurados na Europa. Então a gente está trazendo para a Force [One], já nessa BGS lançamentos high-end que você não encontra em grandes marcas.”
Projetos exclusivos
É relativamente comum encontrar diversos produtos no mercado de periféricos com o mesmo projeto, apenas com marcas diferentes. A prática utiliza linhas de produção sem contratos de licenciamento exclusivos.
Por essa razão, muitos consumidores acabam fugindo de marcas nacionais, por entender que se tratam de produtos genéricos de baixa qualidade. A Force One quer, justamente, quebrar esse estigma, se colocando como uma das únicas marcas brasileiras de periféricos a operar com projetos exclusivos.
Segundo JP, apenas um modelo específico de headset de entrada da Force One recai sobre essa categoria de White Label. Isso porque o produto foi lançado durante o período em que a empresa ainda estava prospectando fábricas para produzir seus projetos.
“A fábrica que faz o Hoku tem apenas dois produtos top de linha, e a gente queria trazer os dois, mas o outro mouse é exclusivo de outra marca, (...) e eles são bem sérios quanto a isso. (...) A partir do momento em que você pegou um sample para testar, você tem exclusividade com aquele produto.”, explicou o CEO da Force One.
Além de mouses e teclados, e outros periféricos gamer, a empresa está trabalhando também em uma linha voltada para casters, como microfones condensadores, interfaces de áudio.
“A gente tem chegando na linha uma placa DSP de 7.1 canais. Qualquer fone de ouvido, você conecta nela e parece que se transforma em outro produto. Linha de microfones, a gente vai trazer. Estes aqui vão estar disponíveis em 2024, para janeiro ou fevereiro. A gente está querendo vir com uma linha muito maior, uma linha nova de cadeiras, linha de cadeira office, que às vezes você só encontra muito caras, tudo com projetos próprios.”
Produtos mais acessíveis com qualidade no pós-venda
Apesar de se tratarem de dispositivos voltados para o segmento topo de linha, parte da estratégia da Force One para se firmar no mercado é trazer preços mais acessíveis. O Force One Lynx, por exemplo, está disponível na loja oficial da marca por R$ 499, e mira no mesmo nicho de mercado dos Razer Deathadder V3 e Logitech Superlight. “Para comparar, um Deathadder V3 Pro está R$ 1.400, e o Superlight está R$ 899”, explicou JP.
Por fim, questionado sobre o atendimento de pós-venda, o executivo mencionou que sua experiência anterior no mercado de periféricos visava, justamente, melhorar a percepção do consumidor do atendimento de pós-venda e RMA no Brasil. Este é geralmente um dos pontos mais fracos entre todas as fabricantes por aqui, com processos lentos e quase sempre insatisfatórios.
“Trazer uma marca desconhecida para o Brasil é um desafio muito grande. Eu acho que a experiência que eu tive nos 22 anos no mercado vão ajudar muito para não cometer alguns erros do passado.”
Para impulsionar ainda mais a marca, a Force One está abrindo uma loja com dois pisos em Santos, onde os escritórios da empresa estão baseados. O projeto é lançar uma loja física de produtos próprios, associado a espaços para criadores de conteúdo, com arena para podcasts e áreas para stream, além de escritórios no piso superior. O plano é já abrir modelo de franquias em outras cidades já em 2024.
Mesmo recém-chegada no mercado, a Force One, claramente, já estabeleceu um rodamap sólido, tanto de lineups quanto de marketing e serviços, para quebrar o preconceito contra marcas nacionais e conquistar de vez o público gamer.