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Comprar um monitor novo deve ficar muito mais caro em breve

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Ivo Meneghel Jr/ Canaltech
Ivo Meneghel Jr/ Canaltech

O mercado de monitores pode enfrentar um aumento significativo de preços em breve, segundo um relatório divulgado pelo DigiTimes Asia. De acordo com o documento, os preços dos monitores podem subir pelo menos 5% devido a uma série de fatores econômicos e geopolíticos que têm afetado a indústria de tecnologia.

O principal motivo para essa alta é a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que tem resultado em tarifas e retaliações de ambos os lados. As taxas impostas pelo governo Trump sobre produtos chineses têm pressionado os custos de produção e importação, afetando diretamente os preços finais para os consumidores.

Para tentar mitigar o problema no curto prazo, grandes fabricantes como Dell, HP e Samsung têm aumentado seus estoques de painéis e sistemas, acumulando entre 2 e 3 milhões de unidades extras. Essa estratégia visa criar um "colchão" para absorver parte do impacto das tarifas e evitar repasses imediatos aos consumidores.

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Aumento pode chegar a 100%

O mercado de monitores vinha experimentando uma tendência de queda nos preços nos últimos anos, impulsionado pela forte concorrência entre as marcas e pela redução das margens de lucro. Essa dinâmica, somada à alta demanda por equipamentos para home office durante a pandemia, resultou em um cenário favorável para os consumidores até recentemente.

No entanto, a estratégia de taxação adotada por Donald Trump tem se mostrado um dos principais fatores para o aumento dos preços de praticamente qualquer produto nos EUA, sobretudo os de tecnologia. As tarifas sobre produtos chineses têm pressionado toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até a importação.

Embora as fabricantes estejam tentando contornar os efeitos colaterais dessa situação estocando produtos extras, as perspectivas não são animadoras. O relatório do DigiTimes prevê uma alta "otimista" de 5%, a Consumer Technology Association (CTA) apresenta projeções bem mais pessimistas. Segundo a associação, alguns produtos podem ficar entre 60% e 100% mais caros, dependendo da intensidade das tarifas aplicadas.

Preços também subirão no Brasil?

Existe uma real possibilidade de que a alta nos preços dos monitores chegue ao Brasil, ainda que de forma indireta. Embora o país não seja diretamente afetado pelas tarifas impostas pelo governo dos EUA, o impacto dessas medidas no mercado global de tecnologia pode resultar em aumentos de preços para consumidores em todo o mundo, incluindo os brasileiros.

A taxação imposta pelos estadunidenses tem potencial para desestabilizar as cadeias de produção globais, levando a um aumento generalizado nos custos de fabricação e logística. Isso pode fazer com que as empresas repassem parte desses custos extras para os consumidores finais, independentemente do país onde os produtos são comercializados.

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Além disso, muitas das grandes marcas de monitores têm presença global e podem adotar estratégias de precificação para distribuir o impacto das tarifas por diferentes mercados, numa tentativa de manter sua competitividade nos EUA sem sacrificar excessivamente suas margens de lucro em outras regiões.

É importante notar que ainda há chances de Donald Trump voltar atrás ou tornar as taxas mais brandas, como já ocorreu em situações anteriores. Ele tem um histórico de fazer ameaças exageradas e depois recuar para níveis menos drásticos, como foi o caso do adiamento das tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá.

Enquanto isso, as fabricantes têm buscado alternativas para contornar o problema. Algumas empresas, como a ASRock, já anunciaram planos de mover suas linhas de produção para outros países, como Vietnã e Taiwan, na tentativa de evitar as tarifas. No entanto, essa estratégia também enfrenta desafios, uma vez que Trump já ameaçou impor tarifas de até 100% sobre semicondutores taiwaneses.

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Em todo caso, o cenário para o mercado de tecnologia no geral permanece incerto e volátil. Consumidores brasileiros e de todo o mundo devem ficar atentos às flutuações de preços e possíveis impactos em suas decisões de compra nos próximos meses.

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Fonte: DigiTimes Asia