China lança CPU de 96 núcleos para data centers e quer desafiar Intel e AMD
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

A China vem trabalhando ainda mais na criação de seu próprio silício desde que os EUA estabeleceram restrições ao envio de chips ao país. Um exemplo é a nova geração de processadores para data center da Zhaoxin, equipados com até 96 núcleos para bater de frente com os AMD EPYC e Intel Xeon.
A série KH-50000 usa a arquitetura proprietária chamada de Century Avenue, nome de uma estrada de Shanghai, seguindo a tradição de nomear suas gerações de CPUs com nomes de locais da cidade. A tecnologia é a mesma presente no segmento de processadores mainstream KaiXian KX-7000.
Especificações das CPUs Zhaoxin KH-50000
Essa nova geração de CPUs para data center da empresa chinesa usa design em chiplets, assim como a AMD já faz com os EPYC, por isso a grande quantidade de núcleos. No momento, os EPYC 9005 entregam até 192 núcleos e 384 threads. Já a série anterior, EPYC 9004, chega a 128 núcleos, ainda mais do que Zhaoxin planeja entregar.
A empresa chinesa terá dois SKUs na série KH-50000, o topo de linha com 96 núcleos e um com 72 núcleos para operações menores. Nenhum dos dois terá suporte à tecnologia de multithreading como nas soluções da AMD e Intel. Mesmo assim, esses números representam três vezes mais núcleos em relação à geração anterior, o que é um grande avanço.
A imagem acima mostra a CPU topo de linha com os dies expostos. No meio, temos o die I/O, que é cercado por quatro grupos de dies de computação, onde ficam os núcleos e memória cache. Cada um conta com oito núcleos e 32 MB de memória cache L3, somando os 96 núcleos e 384 MB.
Como estamos falando de chips para data centers, as frequências não são altas, com o boost chegando a 3,0 GHz, 700 MHz a menos do que a AMD consegue alcançar com a atual geração. Já o clock base fica entre 2,2 e 2,6 GHz, dependendo do SKU. Esses processadores suportam até 12 canais de memória RAM DDR-5200, chegando a 3 TB. Porém uma informação importante ficou faltando: o consumo dessas CPUs.
Esse é um avanço importante para o mercado chinês e sua infraestrutura de data centers para IA, que não pode fazer uso dos melhores chips do mundo, já que são de empresas americanas.
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Fonte: Zhaoxin