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Canon cria nova tecnologia de tela QD-OLED até 100 vezes mais barata

Por| Editado por Wallace Moté | 30 de Maio de 2023 às 14h33

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Cientistas da japonesa Canon desenvolveram um novo tipo de display QD-OLED cujos pontos quânticos utilizam materiais mais fáceis e baratos de se obter, em vez de metais raros como o índio, usados nos painéis do tipo fabricados pela Samsung. A novidade deve ter um impacto importante no crescimento da adoção da tecnologia, não só por possíveis reduções no preço, mas também para diminuir a dependência da China, uma das únicas fontes de índio do mundo.

De maneira simplificada, telas OLED combinam camadas de um material orgânico (como carbono) que emite luz branca ou amarela com filtros de cor para exibir as imagens. Um dos diferenciais desse tipo de painel é que cada um dos pixels acendem e apagam de forma individual, garantindo trocas rápidas das imagens mostradas, oferecendo maior nitidez, além de áreas escuras realmente escuras, já que os pixels de regiões em tons de preto, por exemplo, estão literalmente apagados.

A abordagem tem algumas limitações: sob muito estresse, o material orgânico se desgasta e pode resultar em marcas de imagens permanentes, o burn-in. Esse aspecto, associado ao uso de muitos filtros de cor, também afeta o brilho máximo do display, que fica muito abaixo de telas LCD. Para tentar contornar esses problemas, a divisão de fabricação de telas da Samsung, a Samsung Display, desenvolveu os painéis QD-OLED (ou Quantum Dot OLED).

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O QD-OLED une camadas de OLED azul (faixa da luz que concentra mais energia) com os pontos quânticos, nanopartículas que absorvem a luz, diminuem sua energia e emitem outras cores, incluindo verde e vermelho. Como há menos camadas, a perda de brilho é menor, enquanto o uso dos pontos quânticos assegura ainda uma precisão maior das tonalidades, característica já conhecida da tecnologia, também usada em algumas telas LCD.

Apesar dos avanços, o display especial tem uma limitação ainda mais delicada: o preço. Entre os aspectos que o tornam tão caro está a presença de metais raros na fabricação dos pontos quânticos, com destaque para o índio, obtido apenas em pouquíssimas regiões do mundo, como nas minas presentes na China. Com isso em mente, pesquisas da Canon levaram ao desenvolvimento de um novo QD-OLED que substitui esse e outros materiais por elementos mais abundantes e baratos.

Segundo as informações obtidas pela agência de notícias Nikkei Asia, a principal novidade seria a substituição do índio pelo chumbo, metal muito mais barato e encontrado com facilidade em todo o mundo, em especial em "minas urbanas" — o conjunto de eletrônicos descartados em grandes cidades — e através da reciclagem de baterias de carros e outros veículos. Com compostos de chumbo, a qualidade seria naturalmente inferior, mas a empresa japonesa teria usado sua experiência em tintas de impressora para conseguir resultados equivalentes.

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Mais importante, com a descoberta, estimativas sugerem que o custo de fabricação do QD-OLED da Canon poderia ser até 100 vezes mais barata que a versão da Samsung, o que facilitaria sua ampla adoção e ampliaria a competição, consequentemente também reduzindo os preços para os consumidores. Fora isso, a dependência da obtenção de materiais a partir de uma única região, em especial da China, envolvida em conflitos geopolíticos, poderia ser evitada.

A Nikkei Asia indica que a empresa pretende comercializar sua solução a partir de meados da década de 2020, após conseguir estabelecer uma forma de fabricar o material em grande escala. Dito isso, não está claro se há a intenção de se tornar uma concorrente direta da Samsung Display — única a vender telas QD-OLED atualmente —, ou se a ideia é licenciar seus pontos quânticos baseados nos compostos de chumbo para outras companhias.

Seja como for, o fato é que podemos esperar por preços mais acessíveis para TVs e monitores que empregam essa tecnologia, com mais inovações devendo estar no horizonte.

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Fonte: Nikkei Asia