Governo divulga novas recomendações para isolamento; entenda o que pode mudar
Por Fidel Forato |

Depois de muito diálogo e discussões sobre a necessidade ou não do distanciamento social, o Ministério da Saúde chega a uma nova orientação sobre a medida, que continua sendo indispensável diante da pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), mas pode ter sua intensidade alterada.
A partir da próxima segunda-feira (13), os municípios e estados do país que não tiveram ultrapassado o percentual de 50% de ocupação dos serviços de saúde, como vagas de UTI com pacientes confirmados ou suspeitos para a COVID-19, podem iniciar uma transição do isolamento mais severo para um formato onde apenas determinados grupos permaneçam isolados.
No entanto, a medida só é recomendada desde que haja oferta de leitos e respiradores, além de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras descartáveis e álcool em gel 70%, para o trabalho de profissionais de saúde e o atendimento seguro dos pacientes. Independente disso, a decisão final cabe às autoridades locais.
Essa nova recomendação foi divulgado no Boletim Epidemiológico Especial sobre Coronavírus, publicado, ontem (6), pelo Ministério da Saúde.
Novas orientações
Essa nova orientação visa considerar a diversidade do território brasileiro, com seus mais de cinco mil municípios, frente àinteriorização do coronavírus no país. De acordo com secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, “discutimos melhor com os estados e municípios de maneira em que não se tomasse medidas idênticas para situações completamente diferentes”.
“Nós criamos parâmetros de circulação de vírus e parâmetros de utilização de leitos que possam possibilitar que o gestor tome essas medidas de quarentena com mais segurança. Para tomarmos essa atitude precisamos estar seguros do ponto de vista de EPIs, leitos de retaguarda, de UTI, e recursos humanos”, ressaltou ainda Gabbardo.
O objetivo da nova medida é potencialmente promover o retorno gradual da circulação de pessoas, incluindo as atividades comerciais, com segurança, e evitando uma possível explosão de casos. A recomendação também procura garantir que os sistemas de saúde locais consigam dar a assistência adequada de saúde à população.
No entanto, os locais que apresentarem um coeficiente de incidência 50% superior à estimativa nacional devem manter as medidas já adotadas de distanciamento social, ou seja, de todos os setores da sociedade, até que os materiais e insumos de saúde sejam suficientes, considerando cenários de possível piora no número de infeções por COVID-19.
DAS X DSS
Atualmente, a medida utilizada pela maioria das regiões do país é o Distanciamento Social Ampliado (DAS), ou seja, quando todos os setores da sociedade precisam permanecer em suas residências, enquanto durar a decretação da medida de isolamento estipulada pelos gestores locais.
Já nos locais onde os casos confirmados não tenham impactado em mais de 50% da capacidade do sistema de saúde, o Ministério da Saúde indica a transição para o Distanciamento Social Seletivo (DSS). Nestes casos, apenas alguns grupos permanecem isolados, como idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, ou que apresentem condições de risco, como obesidade e gestação de risco. Nesse cenário, pessoas com menos de 60 anos poderiam circular livremente, desde que assintomáticas.
Até o momento, somente os estados de São Paulo (10,5), Rio de Janeiro (8,4), Ceará (11,0), Amazonas (12,6) e Distrito Federal (15,5) apresentam coeficiente de incidência superior à média nacional, que é de 5,7 a cada 100 mil habitantes.
Fonte: Ministério da Saúde